Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Editorial diz que Enem abre porta de oportunidade na crise. Você concorda?
No momento em que o país passa por uma crise econômica rigorosa, que inclui a queda da atividade produtiva e a redução de postos de trabalho, cresce a importância do Exame Nacional de Cursos (Enem) como oportunidade para os jovens. Ao regrar e facilitar o acesso de estudantes a universidades do país e do Exterior, a avaliação seletiva comandada pelo Ministério da Educação abre perspectivas de formação superior para milhões de jovens que seriam excluídos pelos métodos tradicionais de seleção.
A prova programada para este final de semana reunirá 7,7 milhões de candidatos em todos os Estados da federação, consolidando-se como a maior mobilização estudantil do país. Embora o número de inscritos tenha caído em relação ao ano anterior, é expressivo o contingente de jovens que buscam o Enem como alternativa para chegar à universidade. Ao mesmo tempo, o exame serve para avaliar a qualidade do Ensino Médio no país.
Como os testes internacionais demonstram fartamente, o Brasil ainda tem que avançar muito na educação fundamental, mas os critérios adotados mais recentemente pelos formuladores do Enem já indicam um caminho promissor. As novas versões do exame adotadas pelo MEC contemplam mais análise e raciocínio do que a chamada decoreba, que prevaleceu durante décadas nos vestibulares tradicionais.
O mais importante, porém, é a democratização do acesso ao Ensino Superior. Embora as vagas ainda sejam insuficientes para todos os pretendentes, agora já não é tão desigual a competição entre os egressos de escolas públicas e os demais. Além disso, o Enem abriu o leque de oportunidades para estudantes que vivem em cidades menores, uma vez que a prova única permite classificação para instituições de vários Estados.
Ao privilegiar interpretação da realidade e raciocínio sobre o chamado conteudismo, o Exame Nacional do Ensino Médio também contempla o mercado de trabalho, que é o objetivo prioritário da maioria absoluta dos candidatos. Embora ainda deva ser aperfeiçoado, o Enem já pode ser considerado um ótimo instrumento de aferição da preparação e da vocação dos profissionais que haverão de ajudar o Brasil a superar a atual e as futuras crises.
Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Enem abre porta de oportunidade na crise. Você concorda?
O LEITOR CONCORDA
Concordo em partes. O Enem abre a grande oportunidade da graduação por valores mais próximos a realidade de muitos, que muitas vezes não conseguem disponibilizar o necessário durante todo o tempo de curso, além de abrir várias portas de vários tipos de cursos (EAD, presencial, diversas universidades). Isto tudo é ótimo para pessoas, principalmente, que já estão no mercado a tempos e estão pendentes de formação acadêmica para subir seus níveis. Cito-me como exemplo, pois hoje possuo uma bolsa integral pela minha nota no Enem e estou em caminho firme de formação em uma área que já atuo a mais de 10 anos e já havia trancado meus estudos por duas vezes. Agora, solução para a crise (a cada um) acho demasiado pois esta tem vários fatores e incidem em todos, indiferente de graduados ou com ensino fundamental. Setores privados e de serviços estão sendo afetados, por isso não vejo como solução a graduação. Inclusive, muitas vezes, ter maior nível de conhecimento e posição dificulta recolocação.
MARCELO DE OLIVEIRA SOARES - VIAMÃO (RS)
O LEITOR DISCORDA
O ex-ministro da educação Fernando Haddad afirmou que os alunos do Enem tinham de preencher corretamente o ''cabeçário'' das provas. Pesquisas recentes demonstram que 38% dos alunos das universidades são analfabetos funcionais. Os corretores das provas do Enem muitas vezes não conseguem tirar a nota mínima na classificação que os habilitaria à correção das provas. A realidade não é digna de interpretações. A realidade existe verdadeiramente e tem de ser percebida, não interpretada. O texto usa este subterfúgio para desculpar o Enem na facilitação da entrada de alunos sem os conhecimentos básicos em cursos superiores. Professor tem que ser bem pago. A escola não pode ser terreno de doutrinação política. O método socio-construtivista tem de ser abolido. É preciso que o aluno absorva o conteúdo dado em aula, que se mude a ideia do ''estudar para a prova''. Uma multidão de apedeutas, com ou sem diploma, é facilmente ludibriável pelo sistema político corrupto que aí está.
MÁRCIO DE CARVALHO DAMIN - PORTO ALEGRE (RS)