Longe de usar esse espaço para romancear, sabendo de todas as dificuldades pelas quais, nós professores passamos, quero apenas recuperar e compartilhar a maravilha que é ser educador e do qual você, colega, e toda sociedade tão bem sabe!
Como tudo tem um porquê, o motivo pelo qual escrevo não se dá somente pela proximidade da data, 15 de outubro, mas por, revirar e reviver sentimentos, emoções, tempos da minha vida num baú do meu quarto. E nele encontro em meio aos papeis, o meu convite de Formatura do Curso Normal, do Colégio São Miguel, Arroio do Meio-RS, isso em 2003 e no qual uma frase me tocou fundo, outra vez: "Se não morre aquele que escreve um livro e planta uma árvore, com mais razão não morre o educador, que semeia vida e escreve na alma.", de Bertold Brecht.
Nós, professores, temos uma das profissões mais privilegiadas, pois podemos semear muitos sentimentos bons em nossos alunos e temos a possibilidade de escrever em vossas almas. Ensinar e aprender, uma troca constante em sala de aula, que, na maioria das vezes, se transforma em um lugar mágico.
No curso Normal, na minha época Magistério, quanta preparação de aula, noites e noites sem dormir para planejar uma aula de estágio. Quanta leitura de Piaget, Paulo Freire. E o temido estágio? Ser supervisionada e analisada o tempo todo. E ver que no fim das contas, não é tão difícil assim e que a recompensa estava não somente na aprovação, mas no sorriso e olhar sincero e carinhoso das crianças.
Ser professor, muito além de um cumprimento de horas, de dinheiro. Um dom para ajudar a construir histórias de vida. Uma mão amiga. Um misto de outras profissões que dão sentido a várias vidas.
Uma profissão que não pode ser escrita com palavras simples. Pois de simples não tem nada. Mas também não pode ser esquecida ou verbalizada de qualquer jeito. Precisamos reverberar a magia de ser educador, profetizar a sua importância, cantar os seus encantos, declamar sua alegria e cantar o seu amor. Falar, portanto, o óbvio. Que temos sentimentos e precisamos ser lembrados e nós mesmos nos lembrarmos de quão importantes e essenciais fomos, somos e seremos para a sociedade.
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