Desde que se encerraram os contratos de concessão de estradas estaduais e federais, quem circula pelo Rio Grande do Sul acompanha a deterioração do asfalto, da sinalização e dos acostamentos de BRs essenciais ao escoamento da produção, como a BR-290 e a BR-386. As estradas estaduais pedagiadas passaram para a EGR, que faz algum tipo de manutenção, mas as de responsabilidade do Daer estão repletas de buracos.
Na sexta-feira, três homens morreram na BR-290, em Eldorado do Sul, e dois na BR-386, em São José do Erval. Seria irresponsabilidade culpar a estrada pelas mortes, quando se sabe que o acidente quase sempre é produto de uma combinação de fatores, mas essas duas tragédias servem de mote para se discutir a situação das estradas e a necessidade de buscar uma solução.
Se é para a segurança que voltem os pedágios. Com preços justos e exigência de obras que os antigos contratos não tinham. De nada adianta berrar que pagamos um IPVA caríssimo e outros tantos impostos e que a responsabilidade deveria ser do poder público. Sabemos que governos falidos não investirão o que é necessário em estradas e que as concessões são a alternativa. Não há pedágio mais caro do que a perda de vidas em consequência da má conservação de vias em um país que, no passado, fez a opção equivocada pelo modal rodoviário e acabou com os trens de passageiros.
Quando assumiu o Piratini, Tarso Genro sabia que os contratos tão criticados pelo PT terminariam durante o seu governo. Poderia ter feito nova licitação, em condições melhores, mas preferiu criar uma estatal, a EGR, e devolver as rodovias federais à União. O Dnit demorou para fazer os contratos de conservação e o resultado são estradas que lembram crateras lunares.
José Ivo Sartori diz que fará concessões em parceria com o governo federal, mas não demonstra pressa. Em nove meses, já poderia ter licitado estradas estaduais, como a ERS-324, a Estrada da Morte, que deverá ser assumida por uma emrpesa privada no trecho entre Passo Fundo e Nova Prata. O que está esperando, não se sabe.