Martha Beatriz Roque é uma estimada amiga, católica, economista, com quem tive oportunidade de conversar nas vezes que fui a Havana. Ela estava entre os 75 presos de consciência condenados durante a Primavera Negra de 2003. Às vésperas de completar 60 anos de idade, Martha foi sentenciada à internação por duas décadas nas masmorras de Fidel. Um ano mais tarde, as precárias condições do cubículo onde ficava agravaram seu estado de saúde e ela foi libertada. Quando a reencontrei, em outubro de 2012, ouvi dela que, por vezes, não sabia o que era pior, se estar presa, ou livre no grande presídio da ilha, onde recebia maus tratos de vizinhos permanentemente empenhados em agredi-la para agradar o regime. É a função das Brigadas de Resposta Rápida (BPRs), formada por civis que se prestam à vilania de acossar e intimidar dissidentes.
Artigo
Percival Puggina: um silêncio constrangedor
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