Os moradores do Rio Grande do Sul estão completando uma semana sem ver o sol. Nenhum raio para iluminar nossas janelas. A chuva dá trégua por curtos períodos, mas as nuvens continuam encobrindo nossas cidades. O inverno de 2015 ficará marcado na nossa memória climatológica: chuva, chuva e mais chuva. Quase nada de frio. Um veranico de duas semanas tivemos, para dividir os períodos chuvosos da estação. Até quem adora a instabilidade deve ter perdido a paciência.
Eu chego na rádio na segunda-feira e vou direto à sala do Cléo Kuhn, lá no fundo da redação da Gaúcha. Como sempre, ele está sentado na cadeira em frente à mesa com o computador. Olha mapas, imagens por satélite, prognósticos e responde à minha pergunta sobre até quando teremos de sair de casa com guarda-chuva. A vontade é dar uns cascudos no Cléo. Ele me diz que a pausa na instabilidade em Porto Alegre será de meio turno na terça-feira e durante a quarta-feira, porque voltará a chover na quinta e continuará no final de semana.
Nestas épocas sem sol, lembro dos moradores dos países nórdicos e seus longos invernos, de dias curtos e noites longas. Sorte que são nações desenvolvidas, com baixas taxas de criminalidade e corrupção. Se não, os índices de suicídio atingiriam patamares ainda mais altos por lá. Com a nossa chuva de cada dia, é perceptível como piora o humor das pessoas.
A primavera chegará na quarta-feira com muito calor, só para nos enganar. A previsão é de uma estação com chuva acima da média. É na falta que percebemos a importância das coisas. Por favor, volte sol. Eu aguardo ansiosamente a terça-feira para vê-lo, mesmo que por pouco tempo. O Cléo Kuhn garante que o sol virá nos ver e fica até quinta-feira.