Começou pouco depois das 9h30 a audiência para ouvir testemunhas de acusação no processo que apura a morte do menino Bernardo no Foro de Frederico Westphalen. A primeira a depor foi Ariane de Souza Cogo, funcionária de uma farmácia da cidade. Ela confirmou que vendeu medicamento Midazolam para Edelvânia Wirganovicz.
“A Edelvânia já era cliente da farmácia. Eu nem conferi a identidade dela pra comparar com a receita”, disse Ariane.
Hermes José Vendrusculo Scapin foi a segunda testemunha a depor. Ele é dono de uma ferragem da cidade e disse que vendeu duas ferramentas para Edelvânia. “Ela comprou uma pá e uma cavadeira”, afirmou a testemunha.
Segundo as investigações, as ferramentas foram usadas para cavar a cova onde o menino Bernardo foi enterrado.
O sócio da construtora Quatrin Henrique Quatrin disse que vendeu para Edelvânia Wirganovicz um apartamento na planta no valor de R$ 98 mil. Segundo ele, a mulher parcelou em três vezes a entrada e pagou duas.
“Ela pagou a primeira parcela de R$ 6 mil no fim do ano passado e a segunda de R$ 6 mil em abril deste ano. Foi em dinheiro. Notas de R$ 50 e R$ 100”, disse o empresário.
O policial militar aposentado Valdecir Johann confirmou que viu o carro de Evandro Wirganovicz dois dias antes do crime perto do local da cova onde o menino foi enterrado. “Vi o carro dele perto do rio. Nunca vi ele de carro ali pra pescar”, disse o PM aposentado.
Leandro Assis Brondrani, dono de uma agropecuária da cidade, disse que Edelvânia Wirganovicz perguntou a ele como se cavava um buraco e onde comprava ferramentas para isso. O empresário então indicou a ferragem onde a pá e a cavadeira foram compradas.
Júlio César Garcia também viu o carro de Evandro dois dias antes do crime perto da cova. “Eu só sei que vi o carro do Evandro perto do rio dois dias antes (do crime)”, disse.
O agricultor Volnei de Souza possui uma propriedade perto da cova. Ele disse que um veículo Siena cinza escuro estava estacionado em frente à porteira e que impedia a entrada de veículos.
“A distância de onde estava o carro e a cova é uns 100 metros”, disse o agricultor.
O Siena cinza pertence à Edelvânia Wirganovicz. Ainda vai depor hoje a esposa de Evandro Wirganovicz.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica