
A britânica Ethel Caterham, de 115 anos, moradora de Surrey, na Inglaterra, foi reconhecida na quarta-feira (30) pela organização LongeviQuest como a pessoa viva mais velha do mundo, após a morte da freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, que faleceu aos 116 anos, em Porto Alegre.
Nascida em 21 de agosto de 1909, em Shipton Bellinger, no condado de Hampshire, Ethel se tornou um símbolo da longevidade no Reino Unido. Criada em uma família com sete irmãos, ela cresceu em Tidworth, Wiltshire, e viu a longevidade se repetir entre os seus: a irmã mais velha, Gladys, viveu até os 104 anos.
Aos 18 anos, Ethel partiu sozinha para a Índia, onde trabalhou como babá para uma família britânica. Durante quatro anos, conviveu com tradições coloniais e costumes locais, aprendendo a valorizar tanto o Natal britânico quanto o chá e o tiffin indianos.
Em 1933, casou-se com o major Norman Caterham, com quem viveu em vários territórios britânicos, como Hong Kong e Gibraltar. Durante o período na Ásia, Ethel fundou uma creche bilíngue voltada a crianças britânicas e locais, onde ensinava inglês, artes e jogos — uma iniciativa considerada pioneira para a época.
Viúva desde 1976, Ethel manteve sua independência por décadas: dirigiu até os 97 anos e jogava bridge (jogo de cartas) até os 100. Mesmo após perder as duas filhas, Gem e Anne, conservou o espírito sereno e ativo, mantendo uma rotina simples e próxima à natureza.
Atualmente, aos 115 anos, vive sob cuidados em sua residência em Surrey, onde passa os dias ouvindo música clássica ou desfrutando do jardim que leva seu nome. De acordo com a LongeviQuest, ela é também a última britânica nascida antes de 1913 e a última súdita viva de Eduardo VII.
Morte de freira gaúcha

A freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, reconhecida como a pessoa mais velha do mundo, faleceu na quarta-feira, aos 116 anos, de causas naturais.
Nascida em 27 de maio de 1908, Inah foi reconhecida como a pessoa viva mais velha do mundo em janeiro deste ano, após o falecimento da japonesa Tomiko Itooka.
Ela residia na casa das Irmãs Teresianas, em Porto Alegre, onde viveu por décadas. Admirada por sua serenidade e dedicação religiosa, Inah era uma figura querida na congregação e respeitada pela longevidade.
A Congregação das Irmãs Teresianas divulgou uma nota lamentando sua partida e exaltando sua trajetória.
“No dia de hoje, abraça a ressurreição a irmã Inah Canabarro. Rendemos graças pela doação e entrega, pedimos que o Senhor, Pai de bondade, receba-a e acolha-a em seu infinito amor”, diz o comunicado oficial.
O velório ocorrerá nesta quinta-feira (1º), a partir das 9h, no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
Ranking
Mesmo com a partida de Inah, o Brasil continua na lista das cinco pessoas mais velhas do mundo. Confira:
- Ethel Caterham (Reino Unido) — 115 anos e 253 dias
- Marie-Rose Tessier (França) — 114 anos e 345 dias
- Mine Kondō (Japão) — 114 anos e 242 dias
- Naomi Whitehead (Estados Unidos) — 114 anos e 217 dias
- Izabel Rosa Pereira (Brasil) — 114 anos e 200 dias
Brasileira reivindica título
No interior do Estado do Rio de Janeiro, familiares de Deolira Glicéria Pedro da Silva, moradora do bairro Frigorífico, em Itaperuna, no Norte Fluminense, reivindicam o título para ela. As informações são do jornal O Globo.
Segundo sua certidão de nascimento e carteira de identidade, Deolira completou 120 anos no dia 10 de março.
Entretanto, de acordo com o médico geriatra Juair de Abreu Pereira, que cuida da idosa e colabora com a família na busca por provas do recorde, esses documentos não são suficientes para inclusão no livro do Guinness World Records.