Ao menos 542 civis foram mortos em três semanas durante o conflito civil na região sudanesa de Darfur do Norte, declarou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nesta quinta-feira (1º), alertando para um número real de mortos "muito maior".
Desde 15 de abril de 2023, o Sudão está imerso em um conflito entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) que deixou dezenas de milhares de mortos e mergulhou o país na pior das crises humanitárias atuais, de acordo com a ONU.
"O horror do que está acontecendo no Sudão não tem limites", disse o Alto Comissário da ONU, Volker Türk, em um comunicado.
Darfur se tornou um campo de batalha crucial nesta guerra entre dois generais, o chefe do exército, Abdel Fatah al-Burhan, e o líder paramilitar e seu antigo número dois, Mohamed Hamdan Daglo.
O confronto para controlar El-Fasher, a última cidade de Darfur fora do controle das FAR, se intensificou nas últimas semanas, à medida que os paramilitares tentam compensar a perda da capital sudanesa, Cartum, no mês passado.
Türk afirmou no comunicado que as FAR lançaram um ataque coordenado contra a capital e o campo de refugiados de Abu Shouk há três dias, que matou pelo menos 40 civis.
"Isto eleva o número de mortes confirmadas de civis em Darfur do Norte para pelo menos 542 somente nas últimas três semanas", declarou, acrescentando que o "número real de mortes é provavelmente muito maior".
O Alto Comissário da ONU também pediu que "tudo seja feito para proteger os civis presos em condições terríveis" nessa área.
"Eu avisei pessoalmente às lideranças das FAR e das Forças Armadas sobre as consequências catastróficas dessa guerra para os direitos humanos (...) É hora de acabar com esse conflito", disse ele.
* AFP