O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (22) que não tem intenção de demitir o titular do Federal Reserve (Fed, banco central), Jerome Powell, a quem tem criticado severamente.
Os investidores de Wall Street se desfizeram dos ativos americanos na segunda-feira, com os três principais índices em baixa, após Trump criticar o presidente do banco central americano.
O republicano o condena por sua política de juros e por ter alertado que a política tarifária da Casa Branca provavelmente fará a inflação aumentar.
"Não tenho intenção de demiti-lo", declarou Trump em tom conciliador horas depois. "Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo" na redução dos juros porque "é o momento perfeito para isso", disse.
"Se ele não o fizer, é o fim? Não", acrescentou Trump, que na segunda-feira chamou Powell de "grande perdedor".
Na semana passada, o magnata republicano havia afirmado que "já era hora de o mandato de Powell terminar".
O segundo mandato do presidente do Fed, nomeado pelo próprio Trump durante o seu primeiro mandato e designado novamente pelo presidente democrata Joe Biden, termina em maio de 2026.
Este conflito aberto entre o presidente dos Estados Unidos e o presidente do banco central mais poderoso do mundo abalou a bolsa de Nova York na segunda-feira.
A guerra comercial iniciada por Trump poderia representar um significativo obstáculo para a economia americana.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia americana cresça 1,8% este ano, 0,9 ponto percentual a menos que em sua estimativa anterior de janeiro.
Um ritmo acelerado de redução dos juros pelo Federal Reserve estimularia a economia ao tornar o crédito mais acessível. Mas também traria o risco de um aumento dos preços, além do efeito inflacionário que as tarifas já podem ter.
Diante dessa situação complicada, Powell optou pela cautela.
* AFP