Uma mulher de 63 anos foi resgatada nesta terça-feira (1º) em Mianmar depois de passar 91 horas presa entre os escombros, segundo o Corpo de Bombeiros. Ela foi uma das milhares de pessoas que ficaram feridas após o terremoto que atingiu o país na última sexta-feira (28).
De acordo com os bombeiros, o resgate demorou cerca de uma hora. Ela foi encontrada em um prédio no município de Zabu Thiri Township, próximo à capital Naypyitaw. Ela foi encaminhada ao hospital.
Conforme a última atualização da junta militar que governa o país, 2.719 pessoas morreram em decorrência do sismo e mais de 3,9 mil ficaram feridas.
"Grave escassez" de suprimentos
As agências internacionais alertaram que Mianmar não tem recursos para lidar com um desastre dessa magnitude.
Antes do terremoto, as Nações Unidas já estimavam que cerca de um terço da população estaria em risco de fome em 2025.
Uma grave escassez de suprimentos médicos dificulta a ajuda, alertou a ONU, ao afirmar que os socorristas não têm equipamentos de trauma, bolsas de sangue, anestésicos e medicamentos essenciais.
As operações de resgate também são prejudicadas pelos danos a hospitais e infraestrutura de saúde, assim como estradas e redes de comunicação.
Uma mulher grávida, que teve uma perna amputada para poder ser retirada dos escombros de um edifício, não sobreviveu aos ferimentos, apesar do trabalho dos médicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou com urgência quase três toneladas de suprimentos médicos para hospitais em Mandalay e Naypyidaw, a capital, onde milhares de feridos estão sendo tratados.
No domingo (30), a OMS lançou chamado para arrecadar rapidamente o equivalente a R$ 46 milhões para salvar vidas e prevenir epidemias nos próximos dias.
"As avaliações preliminares indicam número elevado de vítimas e feridos relacionados a traumatismos, que precisam de atendimento de urgência", declarou a OMS. A organização "classificou essa crise em urgência nível 3", o mais elevado de seu programa de intervenção.
A China enviou 82 socorristas e prometeu US$ 13,8 milhões (R$ 79,5 milhões) em ajuda. A Cruz Vermelha lançou um apelo para arrecadar US$ 100 milhões (R$ 576 milhões).