
George Santos, o ex-congressista republicano de origem brasileira, foi condenado a sete anos de prisão nesta sexta-feira (25). De acordo com o g1, a juíza Joanna Seybert sentenciou o político a 87 meses de detenção. Ainda não há informações sobre quando ele irá começar a cumprir a pena.
Filho de imigrantes brasileiros, Santos foi expulso do Congresso após ser acusado de cometer 23 crimes, entre eles fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, apropriação indevida de fundos públicos e mentir ao comitê eleitoral federal. Em outubro de 2024, ele se declarou culpado de fraude eletrônica e roubo de identidade.
Em uma carta ao tribunal nesta semana, Santos afirmou estar "profundamente arrependido" por seus crimes, mas disse que a pena proposta pelos promotores é severa demais.
O pedido dos promotores, acatado pela juíza, foi justificado em documentos judiciais recentes, afirmando que ele "continua sem arrependimento" e não demonstrou remorso genuíno, apesar do que afirma. Eles citam comentários recentes que Santos fez nas redes sociais, nos quais se apresenta como vítima de abuso por parte da promotoria.
Os advogados de Santos pediram uma pena de dois anos de prisão, que é a mínima obrigatória para o crime de roubo de identidade qualificado.
Quem é George Santos?
Santos se apresentou como "a nova cara do Partido Republicano" e construiu uma figura de candidato nas eleições legislativas de novembro de 2022 baseada em mentiras sobre a sua educação, sua religião, sua experiência profissional, seus bens e seus salários.
O ex-congressista chegou a falsificar o histórico familiar, afirmando ser descendente de judeus sobreviventes do Holocausto que fugiram da barbárie nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Uma investigação realizada pelo jornal The New York Times quando ele já estava no Congresso revelou suas mentiras.
Segundo a promotoria, Santos enganou doadores de sua campanha ao transferir dinheiro para a própria conta e usá-lo para pagar dívidas pessoais, comprar roupas de grife e fazer pagamentos com os cartões de crédito de seus próprios apoiadores sem autorização. Ele também foi acusado de receber benefícios aos quais não tinha direito durante a pandemia de coronavírus, antes da sua eleição.
A Câmara dos Representantes expulsou o republicano em dezembro, tornando ele o sexto congressista a ser obrigado a abandonar o cargo na história da instituição. A comissão de ética da Câmara o acusou de ter "desacreditado gravemente" o órgão legislativo.