
Uma juíza federal suspendeu na segunda-feira (14) o cancelamento do status legal nos Estados Unidos de mais de 500 mil imigrantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti. A decisão é um novo revés para o governo do presidente Donald Trump, que adotou a tolerância zero com imigrantes ilegais.
Assinada por uma juíza distrital de Boston, em Massachusetts, esta é a ordem judicial mais recente que contrapõem as medidas anuncias por Trump para deportar em massa os imigrantes ilegais e presos nas fronteiras dos Estados Unidos, especialmente aqueles de origem latino-americana.
A decisão judicial afirma que a administração Trump atuou com base em uma interpretação equivocada da lei de imigração, ao contemplar a expulsão acelerada de pessoas sem a cidadania norte-americana que entraram ilegalmente nos Estados Unidos, mas não daqueles com autorização para estar no país.
Com a revogação proposta por Trump, os imigrantes perderiam efetivamente sua proteção legal a partir de 24 de abril.
Trump prometeu durante a campanha eleitoral deportar "milhões" de migrantes sem documentos e, recentemente, invocou uma antiga lei de 1798 para expulsar centenas de supostos membros da gangue de origem venezuelana "Tren de Aragua" para uma prisão em El Salvador.
Em março, o governo anunciou que trabalhava para revogar o status legal de 532 mil imigrantes que entraram nos Estados Unidos sob um programa lançado pelo ex-presidente Joe Biden, em outubro de 2022.
O programa permitia a entrada nos Estados Unidos de até 30 mil migrantes dos países mencionados, com um histórico ruim na área de direitos humanos, a cada mês durante dois anos.