
O papa Francisco costumava usar uma linguagem simples e direta para mandar as suas mensagens para os católicos e o mundo. Relembre algumas das mais marcantes falas do pontífice argentino, que morreu na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos.
Sobre a pobreza
Em seu primeiro pronunciamento à imprensa após ser eleito papa, em março de 2013, Jorge Bergoglio justificou a escolha do nome Francisco pela humildade do santo:
— Como eu gostaria de uma Igreja pobre, para os pobres!
Homossexuais
Em julho de 2013, durante uma coletiva de imprensa improvisada a bordo do avião que o conduzia do Brasil de volta à Itália, o papa Francisco condenou o chamado "lobby gay" do Vaticano e afirmou que não pretendia julgar os homossexuais:
— Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?
Sobre as mulheres
Em dezembro de 2014, Francisco considerou que a Igreja Católica precisava de mais mulheres na Comissão Teológica Internacional:
— As mulheres teólogas na Igreja são como os morangos em um bolo, sempre queremos mais (...), oferecem novas contribuições para a reflexão teológica.
Sono nas orações
Durante uma entrevista para uma emissora católica italiana em 2017, o argentino admitiu que em algumas ocasiões, acabou dormindo durante as orações:
— Eu também, quando oro, às vezes acabo dormindo.
Defesa da Amazônia
Em uma missa de encerramento do Sínodo para a Amazônia em outubro de 2019, Francisco saiu em defesa da Amazônia e dos pobres:
— O grito dos pobres, junto ao grito da Terra, veio da Amazônia. Depois dessas três semanas, não podemos fazer de conta de não tê-lo ouvido.
Coprofilia dos meios de comunicação
Durante entrevista em dezembro de 2016, o Papa disse que espalhar desinformação é "provavelmente o maior dano que a mídia pode causar":
— Acredito que a mídia tenha de ser bem clara, bem transparente, e não cair, sem intenção de ofensa, na doença da coprofilia, que é sempre querer cobrir escândalos, coisas desagradáveis, mesmo que sejam verdadeiras.
A coprofilia designa o interesse psicopatológico por fezes.
Missa sem celular
Durante uma audiência semanal em novembro de 2017, diante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro no Vaticano, o pontífice pediu aos fiéis — e também aos sacerdotes e bispos — que mantenham guardados os seus celulares e deixem de tirar fotos durante a missa.
— Eu fico muito triste quando celebro a missa aqui na praça ou na basílica e vejo tantos telefones erguidos. Não apenas dos fiéis, como também de alguns sacerdotes e, inclusive, bispos. Por favor! A missa não é um espetáculo.
"Doenças" da cúria
Em dezembro de 2014, o Papa apresentou uma lista de 15 "doenças" que ameaçam os prelados da cúria (os órgãos de governo da Igreja), como o "Alzheimer espiritual", "a petrificação mental e espiritual", "o coração de pedra", o "excesso de planejamento e funcionalismo", a "rivalidade e a vaidade", a "esquizofrenia existencial", a patologia da "fofoca" e da "intriga", a da "indiferença para com os demais" e a do "rosto sombrio".
Tentações
Ao se referir ao "quarentenaço", o termo argentino para falar da crise dos que chegam aos 40 anos, o Papa admitiu:
— Temos más tentações nesses momentos, tentações que nunca pensaríamos que teríamos. Não se deve sentir vergonha, mas deve-se erradicá-las imediatamente — afirmou.
Como coelhos
Em janeiro de 2015, durante uma viagem de volta das Filipinas, onde se reuniu com crianças que viveram nas ruas do país, abandonadas por pais que não tinham dinheiro para cuidar delas, Francisco pediu uma paternidade responsável e disse que católicos não devem ter filhos "como coelhos":
— Alguns acham, me perdoem a expressão, que para ser bom e católico temos de ser como coelhos.
Provocações
Ainda em janeiro de 2015, ao ser perguntado sobre a liberdade de expressão dos cartunistas, no avião que o transportava a Manila, dias depois do ataque jihadista contra a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo, em Paris, Francisco disse que não se deve provocar nem zombar dos outros.
— Se insultar a minha mãe, pode esperar um soco (...) Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros. Não se pode zombar da fé — declarou.
Aborto
Em junho de 2018, o Papa fez críticas ao abordo em casos de malformação do feto.
— No século passado, o mundo inteiro ficou escandalizado com o que os nazistas fizeram para para preservar a pureza da raça. Hoje, fazemos o mesmo com luvas brancas — declarou.