
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que teve discussões "muito boas e produtivas" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em publicação na Truth Social, nesta sexta-feira (14). Segundo ele, há uma "grande chance" de que a guerra entre russos e ucranianos chegue ao fim.
O republicano, no entanto, mencionou que milhares de tropas da Ucrânia estão cercadas por militares russos e em uma posição "muito ruim e desfavorável".
"Eu pedi fortemente ao presidente Putin que suas vidas sejam poupadas", escreveu o presidente dos EUA.
Na quinta-feira (13), Putin disse que seu país é "a favor" de uma trégua proposta pelos Estados Unidos com a Ucrânia, mas que há "nuances" e "questões importantes" a serem resolvidas.
"Somos a favor, mas há nuances", disse ele em entrevista coletiva no Kremlin. "Como podemos garantir que essa situação não aconteça novamente? Como o controle será organizado? (...) Essas são questões importantes", acrescentou.
Proposta de cessar-fogo
Na terça (11), a Ucrânia aceitou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Rússia. Para selar o acordo, uma declaração conjunta dos dois países foi publicada e o governo ucraniano se comprometeu em tomar medidas para restaurar uma paz duradoura após a invasão da Rússia.
O comunicado foi publicado após uma reunião em Jidá, na Arábia Saudita. A declaração levanta as restrições à ajuda militar e à troca de informações de inteligência, afirmaram num comunicado esta terça-feira.
Após o encontro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os Estados Unidos precisam "convencer" a Rússia a aceitar o cessar-fogo. Ele acrescentou que a Ucrânia vê essa proposta de trégua de forma "positiva".
"A Ucrânia aceita essa proposta. Estamos dispostos a adotar uma medida como essa", escreveu Zelensky em uma rede social.
O líder ucraniano também disse que os Estados Unidos "entendem nossos argumentos, captam nossas propostas" e agradeceu a Donald Trump pela "conversa construtiva" entre as equipes de ambos os países.
"A Ucrânia está pronta para a paz. A Rússia deve demonstrar se está disposta a pôr fim à guerra ou a continuá-la", acrescentou Zelensky.
Como começou a guerra?
O conflito explodiu no Leste Europeu em fevereiro de 2022, mas a tensão era crescente desde 2014, quando a Rússia invadiu e ocupou a península da Crimeia. No Donbass, região leste da Ucrânia, combatentes separatistas, com o apoio russo, lutavam contra tropas do governo pela independência das regiões de Donetsk e Luhansk.
Tendo como argumento a defesa da população falante russa na região, o presidente Vladimir Putin reconheceu, em 21 de fevereiro de 2022, a autonomia dessas áreas. Três dias depois, invadiu a Ucrânia, uma ex-república soviética, independente desde 1991. O pano de fundo da crise foi a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Leste.
O conflito começou cedo em 24 de fevereiro de 2022. Por volta das 5h (horário local de Moscou, meia-noite no Brasil), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a operação militar de invasão ao país vizinho.
Inicialmente, a expectativa era de que os ataques ficassem restritos às duas regiões reconhecidas por ele como independentes na última segunda-feira (21): Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia. No entanto, ao longo do dia, a realidade foi de explosões em diferentes regiões ucranianas, inclusive a capital, Kiev.
À época, a reação internacional ocorreu de forma contundente. Membros da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia e de países como China, França, Alemanha e Reino Unido reagiram à invasão, seja condenando ou pedindo moderação.