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Na quinta-feira (27), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos tornou públicos documentos da investigação envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein, acusado de ser o chefe de um esquema de tráfico sexual.
Após ser acusado de ter abusado de mais de 250 meninas menores de idade e de ser o principal responsável de uma rede de exploração sexual, o empresário foi detido em julho de 2019. Ele tirou a própria vida após de cerca de um mês na prisão.
O órgão determinou também que documentos do caso que ainda estão sob sigilo devem ser divulgados até a manhã desta sexta-feira (28). A publicação dos arquivos do caso Epstein é parte de uma promessa da campanha eleitoral de Donald Trump.
Agora, o governo do republicano se organiza para tornar públicos arquivos sobre os assassinatos do ativista Martin Luther King Jr., do presidente John F. Kennedy e do senador Robert F. Kennedy.
Liberação de arquivos
A divulgação dos documentos, que somam aproximadamente 200 páginas, foi feita por Pamela Bondi, procuradora-geral dos EUA, e o FBI.
"A primeira fase dos arquivos divulgados hoje lança luz sobre a extensa rede de Epstein e começa a oferecer ao público a responsabilização que há muito era esperada", declarou a procuradora-geral em comunicado na quinta-feira (27).
No lote, consta uma lista de evidências do caso, registros de voos e nomes de várias pessoas ligadas ao empresário, incluindo anotações sobre Donald Trump. O nome do presidente dos Estados Unidos aparece duas vezes, listado em maio de 1994, ao lado da ex-esposa, Marla Maples, e da filha Tiffany.
Ao longo das investigações, não foi encontrada nenhuma evidência de que Trump estaria envolvido nos crimes relacionados a Epstein. Os dois mantiveram uma amizade durante os anos 1990 e 2000.
Itens como câmeras, computadores, fotos de mulheres, documentos e mídias eletrônicas, apreendidos durante a investigação, também foram revelados.
Quem era Jeffrey Epstein
O empresário e investidor começou a carreira como professor de matemática e física da Dalton School, escola de elite em Nova York. Por indicação do pai de um aluno, ele conseguiu um emprego no banco de investimentos Bear Stearns em 1976.
Anos depois, se tornou sócio da empresa e, em 1982, fundou sua própria companhia de investimentos, a J. Epstein and Co.
Epstein se aproximou de grandes nomes da elite dos Estados Unidos, incluindo Donald Trump — na época influente empresário sem envolvimento direto com a política — e o político democrata Bill Clinton. Além disso, ele também tinha relações com o Príncipe Andrew, acusado de ter abusado de menores de idade.