Os primeiros voos dos Estados Unidos levando imigrantes detidos para a base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, estão em curso, informou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, à Fox Business, nesta terça-feira (4).
Ao longo dos anos, o local já recebeu centenas de prisioneiros acusados de terrorismo, inclusive alguns membros da Al Qaeda. No entanto, segundo o jornal The New York Times, o local também tem sido usado há décadas para encarcerar alguns migrantes interceptados no mar. Os dois grupos, no entanto, estão em áreas distintas, conforme o veículo.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a preparação das instalações para receber 30 mil migrantes e assegurou que enviará "criminosos" em situação irregular, o que o presidente cubano Miguel Díaz-Canel qualificou como um "ato de brutalidade".
Algumas associações denunciam o tratamento que os migrantes recebem no local. Relatos indicam que eles são vigiados quando chamam um advogado, são obrigados a usar óculos de sol durante o transporte e que as instalações estão cheias de ratos devido às péssimas condições de higiene.
Trump realiza uma operação contra a imigração irregular mediante batidas em várias cidades e a revogação das vias migratórias legais adotadas por seu antecessor, Joe Biden.
Além disso, ele deportou migrantes em aviões militares, alguns algemados, para seus países de origem, o que resultou em uma crise com a Colômbia e protestos do Brasil, que pedem que seus cidadãos sejam tratados com dignidade.
A prisão na baía de Guantánamo foi inaugurada em 2002, dentro de uma base militar dos EUA em Cuba, como parte da "guerra contra o terrorismo" declarada pelo ex-presidente George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001.