A colombiana Rebecca González, esposa do refém colombiano-israelense Elkana Bohbot em poder do Hamas em Gaza, afirmou nesta quarta-feira (12) que recebeu uma "prova" de que ele ainda está vivo e denunciou que está vivendo "um holocausto" junto aos demais sequestrados.
Em entrevista à emissora Blu Radio da Colômbia, a mulher revelou que a notícia de sua sobrevivência foi entregue por Ohad Ben Ami, um dos três reféns que foram libertados pelo grupo islamista em 8 de fevereiro na quinta troca sob a trégua em vigor com Israel desde 19 de janeiro.
"Ele me trouxe prova de vida do meu marido. Recebi uma mensagem, recebi até uma música onde me pede para ser forte", disse ela, especificando que o companheiro de cativeiro do marido a contatou por telefone.
"Está vivo e deve ser retirado de lá imediatamente", clamou González, que vive em Israel.
Ela denunciou que os "reféns estão vivendo um holocausto". "Estão em túneis, não os deixam ver a luz, não os deixam sair para tomar ar. [...] Meu marido vive diariamente com um pedaço de pão, [...] muito pouca água, e o deixam ir ao banheiro uma ou duas vezes por dia", contou.
González pediu ao presidente colombiano, Gustavo Petro, um crítico contundente de Israel pela condução da guerra na Faixa de Gaza, que aproveite a visita que realiza ao Oriente Médio para conseguir a libertação de Bohbot.
Petro concedeu a nacionalidade colombiana a Bohbot em novembro de 2023, um mês após o início da guerra em Gaza.
O conflito começou com o ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro daquele ano, que deixou 1.210 mortos, segundo balanço da AFP de dados oficiais.
Os milicianos capturaram 251 reféns, dos quais 73 permanecem em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, de acordo com o exército israelense.
A ofensiva de Israel em retaliação causou pelo menos 48.208 mortos em Gaza, em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
* AFP