A OpenAI, criadora do robô de conversação ChatGPT, acusou nesta quarta-feira (29) empresas chinesas de tentarem copiar seus modelos avançados de inteligência artificial (IA), pedindo um aumento da segurança ao setor local e o estreitamento da cooperação com as autoridades dos Estados Unidos.
A declaração surge após a startup chinesa DeepSeek causar pânico no mercado financeiro de Wall Street na segunda (27), com a apresentação de seu poderoso chatbot desenvolvido com um custo muito menor do que o de seus concorrentes norte-americanos.
O desempenho da DeepSeek e sua repercussão desencadearam uma onda de acusações de que a empresa teria feito engenharia reversa a partir de tecnologias de ponta criadas nos Estados Unidos, como a usada na IA aplicada pelo ChatGPT.
A OpenAI explicou que os concorrentes chineses estavam utilizando um processo conhecido como destilação, no qual os desenvolvedores que criam modelos menores aprendem com os maiores copiando seu comportamento e seus padrões de tomada de decisão, um processo semelhante ao de um estudante que aprende com o conhecimento de um mestre.
— Sabemos que empresas com sede (na China), e outras, estão constantemente tentando destilar os modelos das empresas líderes em IA dos Estados Unidos — declarou um porta-voz da OpenAI à AFP.
Ele destacou ainda as tensões entre a China e os Estados Unidos sobre a proteção da propriedade intelectual da IA.
— À medida que avançamos, acreditamos que é de vital importância trabalharmos em estreita colaboração com o governo dos EUA para proteger da melhor forma possível os modelos mais capazes contra os esforços dos adversários e a concorrência por se apropriar da tecnologia americana —acrescentou.
David Sacks, o novo protagonista da IA no segundo governo do magnata republicano Trump, disse à Fox News que havia "evidências substanciais de que o que a DeepSeek fez foi destilar o conhecimento dos modelos da OpenAI".
A OpenAI enfatizou que o processo violava os termos e condições de uso de seu serviço e que trabalharia para detectar e impedir futuras tentativas de roubo de tecnologia.
No entanto, a empresa chinesa também enfrenta diversas acusações de violação de propriedade intelectual a nível global, principalmente pelo uso de materiais protegidos por direitos autorais para treinar seus modelos de IA generativa.