Abu Mohammed al-Golani, líder do grupo rebelde na Síria, anunciou a derrubada do regime de Bashar al-Assad em um pronunciamento na TV estatal neste domingo (8). "O futuro é nosso", afirmou. O evento ocorreu em Damasco e marca um ponto de virada na guerra civil síria, iniciada em 2011.
"Não há chance de voltar atrás, estamos determinados a continuar o caminho que começamos em 2011", diz o texto, em referência ao início da revolta contra Assad.
A ofensiva liderada por al-Golani resultou na fuga de Assad. O líder declarou também que seu objetivo é "libertar a Síria de um regime opressivo". As informações são do g1.
Al-Golani, também conhecido como Abu Mohammed al-Jawani, tem 42 anos. Nascido em Riade, na Arábia Saudita, sua família é originalmente de Golã, na região do sudoeste da Síria, anexada unilateralmente por Israel na década de 1970.
Ele tem se esforçado para reformular sua imagem e a do grupo que lidera como "governo da salvação" em busca de sua legitimidade, distanciando-se de associações anteriores com a al-Qaeda, tentativa de conquistar governos internacionais.
Em uma entrevista dada em 2021, al-Golani vestiu-se formalmente e negou que seu grupo representasse uma ameaça ao Ocidente. Ele argumentou contra as sanções impostas a ele e ao HTS, destacando uma postura mais aberta em relação às minorias religiosas e étnicas da Síria.
Al-Golani no Iraque
Os laços de Abu Mohammed al-Golani com a al-Qaeda começaram em 2003, quando ele se uniu a extremistas que combatiam as tropas americanas no Iraque. Al-Golani foi detido diversas vezes pelo exército dos EUA, mas permaneceu no país durante o auge da insurgência. Nesse período, a al-Qaeda absorveu grupos similares e criou o Estado Islâmico do Iraque, sob o comando de Abu Bakr al-Baghdadi.
Em 2011, com a revolta popular contra o ditador Bashar al-Assad e a repressão brutal do governo sírio, al-Golani foi enviado por al-Baghdadi para criar a Frente Nusra, um braço da al-Qaeda na Síria. Os Estados Unidos designaram a Frente Nusra como organização terrorista, status que permanece, e oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões por informações sobre al-Golani.