A ONU qualificou, nesta sexta-feira (16), de "horrendo" o ataque de colonos judeus contra um povoado da Cisjordânia ocupado na véspera, em que uma pessoa morreu e outra ficou ferida.
"Em geral, assistimos a uma impunidade" ante esses fatos, acrescentou.
O Estado israelense é responsável por parte da violência mortal no território palestino e deve "parar", afirmou em uma coletiva de imprensa em Genebra a porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos humanos, Ravina Shamdasani.
"As forças de segurança israelenses permanecem passivas enquanto os ataques acontecem. Há até relatos de que armas estão sendo distribuídas aos colonos. É evidente que há uma responsabilidade do Estado nesse caso", enfatizou.
O exército disse que "dezenas de civis israelenses, alguns mascarados", entraram em Jit, a oeste de Nablus, na última quinta-feira (15) e "incendiaram veículos e instalações, atiraram pedras e coquetéis molotov".
O ataque resultou em uma morte "por balas de colonos" e um ferimento grave, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
"Nos últimos anos, relatamos que os colonos atacam impunemente as comunidades palestinas em suas terras na Cisjordânia. O cerne do problema é justamente a impunidade dos autores dessas graves violações dos direitos humanos", disse Shamdasani.
A violência na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, aumentou desde o início da guerra na Faixa de Gaza em 7 de outubro.
"Verificamos que desde 7 de outubro e até ontem [15 de agosto], 609 palestinos foram mortos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, entre eles 146 crianças, oito mulheres e pelo menos quatro pessoas com deficiência", acrescentou.
"Isso precisa acabar e a chave para isso é responsabilizar os perpetradores (dessa violência) por suas ações", concluiu.
* AFP