Com mais de 40 mil palestinos mortos em 10 meses de guerra na Faixa de Gaza, o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk destacou nesta quinta-feira (15) um "marco sombrio para o mundo inteiro".
"Em média, aproximadamente 130 pessoas morreram todos os dias em Gaza durante os últimos dez meses. A magnitude da destruição de casas, hospitais, escolas e locais de culto pelo Exército israelense é profundamente chocante", disse Türk em um comunicado.
"Hoje é um marco sombrio para o mundo inteiro. O povo de Gaza lamenta hoje a morte de 40 mil palestinos", disse ele.
"Esta situação inimaginável se deve em grande parte às violações recorrentes das normas de guerra por parte das forças de defesa israelenses", disse ele.
O conflito eclodiu após o ataque do movimento palestino no sul de Israel em 7 de outubro, que deixou 1.198 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 permanecem em cativeiro em Gaza, das quais 39 morreram, segundo o Exército israelense.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 40.005 mortos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas, que não diferencia mortes de civis e combatentes.
Türk lembrou que o direito humanitário internacional "é muito claro sobre a importância primordial da proteção dos civis, de suas propriedades e infraestruturas" e indicou que seus serviços registraram "graves violações deste direito tanto pelo Exército israelense quanto por grupos palestinos, incluindo o braço armado do Hamas".
"Apelo a todas as partes a aceitarem um cessar-fogo imediato" e também à libertação dos reféns, além dos "palestinos detidos arbitrariamente".
* AFP