O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou exercícios de artilharia em grande escala em resposta às manobras conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul iniciadas na região esta semana, disseram nesta sexta-feira (8, noite de quinta em Brasília) a mídia estatal.
Os exercícios com fogo real tiveram lugar nesta quinta-feira e "buscam incrementar a preparação para o combate e as capacidades de guerra", afirmou a agência de imprensa estatal KCNA.
Estes contaram com a participação de unidades fronteiriças "que situam a capital do inimigo [em referência a Seul] dentro de seu alcance", acrescentou a agência.
A Coreia do Norte alertou nesta terça-feira que Seul e Washington pagariam "um alto preço" pelos exercícios militares em larga escala iniciados nesta segunda-feira e os urgiu a acabar com os "frenéticos ensaios bélicos".
As tensões entre Pyongyang e Seul escalaram nos últimos anos, com a multiplicação de testes de armamento e manobras militares e um discurso cada vez mais beligerante de parte do país comunista.
Em 2024, Pyongyang declarou a Coreia do Sul como seu "principal inimigo", fechou as agências dedicadas à cooperação entre os dois países e ameaçou iniciar uma guerra se ocorresse uma violação territorial de "até mesmo 0,001 milímetro".
De sua parte, os Estados Unidos e Coreia do Sul reforçaram os exercícios militares conjuntos. Por exemplo, as manobras anuais iniciadas esta semana contam com o dobro de tropas participantes em relação ao ano anterior.
Seu objetivo é melhorar a preparação para responder às crescentes ameaças nucleares do Norte, afirmaram os dois países aliados.
A Coreia do Norte considera esse tipo de manobra como um ensaio para uma eventual invasão de seu território e costuma responder a elas com testes armamentistas.
Nesta quinta-feira, supervisionando os exercícios de artilharia, Kim expressou "grande satisfação" de que suas unidades estão "plenamente preparadas para a mobilização constante em batalhas", afirmou KCNA.
* AFP