Governos e líderes políticos da América Latina manifestaram pesar pela morte do ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, na terça-feira (06), e destacaram as boas relações que ele estabeleceu na região.
"Convivemos, trabalhamos pelo fortalecimento da relação entre os nossos países e sempre tivemos um bom diálogo quando ambos éramos presidentes, e também quando não éramos", publicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no X (antigo Twitter).
A presidente do Peru, Dina Boluarte, expressou seu "profundo pesar" pela morte de Piñera, a quem chamou de "importante líder político da região e amigo do Peru".
A Colômbia enviou "sinceras condolências" à família de Piñera, bem como "ao governo e a todo o povo chileno", em comunicado da chancelaria, que lembrou as contribuições do governo do ex-presidente chileno para o processo de paz com a guerrilha das Farc.
O presidente Luis Lacalle Pou destacou "a atitude positiva" de Piñera em relação ao Uruguai e lembrou a ajuda que lhe ofereceu para a chegada de vacinas durante a pandemia de covid-19.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, enviaram seus pêsames ao atual presidente chileno, Gabriel Boric.
"Paz à sua alma!", publicou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na rede social X, acrescentando que seu país se une "ao luto que acomete o povo do Chile diante do falecimento lamentável" do ex-presidente.
O governo da República Dominicana apresentou condolências aos parentes e amigos de Piñera.
Ex-presidentes
Ex-presidentes da América Latina também lamentaram a morte de Piñera.
"Estive em diversos encontros internacionais com ele. Embora não concordássemos ideologicamente, trabalhamos lado a lado em vários temas", publicou no X o boliviano Evo Morales.
Já Jeanine Añez, que também governou a Bolívia e agora está presa, acusada de forçar a renúncia de Morales à Presidência em 2019, declarou-se "impactada com a notícia do acidente trágico que tirou a vida de um homem solidário e profundamente democrata, que amava o seu país e a América Latina".
No México, a chanceler, Alicia Bárcena, lamentou a morte de Piñera e enviou "sinceras condolências à sua família e a todo o Chile em um momento já difícil", referindo-se aos incêndios florestais.
O ex-presidente mexicano Felipe Calderón disse sentir profunda dor pela morte de Piñera, que chamou de amigo. "Sua família perde um marido e pai exemplar. O Chile, um de seus melhores presidentes. A democracia, um combatente."
O ex-chefe de Estado do Equador Rafael Correa (2007-2017), que vive na Bélgica, expressou no X: "Que notícia! Apesar das nossas diferenças ideológicas, sempre tivemos uma relação muito boa como presidentes e nunca esquecerei sua preocupação sincera em 30 de setembro de 2010". Nessa data, Correa enfrentou uma rebelião policial em Quito.
O também ex-governante do Equador Guillermo Lasso (2021-2023) destacou no X que Piñera, que chamou de amigo, "foi um grande homem, leal aos princípios do mundo democrático".
Quem foi Piñera
Piñera, 74 anos, governou o Chile em dois períodos: de 2010 a 2014 e de 2018 a 2022. Primeiro presidente de direita a chegar ao poder por eleição popular após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), ele era economista e empresário.
Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos sociais, um terremoto devastador, o desabamento de uma mina sobre 33 mineiros e pandemia de covid-19.
O ex-presidente nasceu em 1949 em uma família de classe média de Santiago. Era filho de Magdalena Echenique Rozas e de José Piñera Carvallo, que era membro do Partido Democrata Cristão e foi embaixador na Bélgica na ONU.
Formou-se engenheiro e obteve o título de doutor em Economia pela Universidade de Harvard. Foi professor do departamento de Economia da Universidade do Chile, na Universidade Adolfo Ibáñez e na Pontifícia Universidade Católica do Chile.
Também trabalhou na área de consultoria e no setor bancário. Fundou a empresa Bancard, que levou as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard para o Chile, tornando-o um bilionário.