Os incêndios que atingem o Chile desde a última sexta-feira (2) e já deixam mais de 100 mortos levaram milhares de pessoas a abandonar suas casas. Entre elas, brasileiros que vivem no país que costeia o Oceano Pacífico.
Maraiza Mewes de Carvalho, 35 anos, se mudou para o Chile há quatro anos e meio. Desde então, tem se acostumado com o fato de a região ser afetada por eventos climáticos extremos frequentemente.
Em entrevista ao programa Gaúcha Faixa Especial de domingo (4), a mulher classificou o cenário como “caótico” e “apocalíptico”.
— Na região de Valparaíso, em Viña del Mar, sempre existem focos de incêndio no verão. Só que não dessa proporção. O presidente apareceu na TV dizendo que é a maior tragédia desde 27 de fevereiro de 2010, quando um terremoto atingiu o Chile — relatou.
Natural do Rio de Janeiro, Maraiza decidiu deixar o Brasil em busca de “novos ares, uma nova vida” após o falecimento do irmão. Foi em terras chilenas que ela acabou casando. Hoje está grávida de seis meses.
Segundo Maraiza, os aplicativos de mensagens instantâneas e as redes sociais acabaram se tornando uma grande ferramenta durante a emergência. Foi através de um grupo que ela conseguiu ajuda para a família.
— Como eu vou ser mãe, me comunico sempre com outras mães. Num grupo de brasileiros, eu falei que estava desesperada. Quando eu saí da minha casa, não sabia o que fazer. Eu via tudo em branco na minha frente, fiquei sem reação. Conversei com algumas mães no grupo de brasileiros e desabafei.
Não demorou muito para alguém se manifestar.
— Graças a uma brasileira eu estou em Santiago. Nos conhecemos num grupo de brasileiros no WhatsApp. Ela foi super amável e disse pra mim: “Sai daí, vem pra Santiago, que está mais seguro, você não vai ficar respirando essa fumaça tóxica, está grávida”.
Maraiza deve permanecer em Santiago abrigada na residência de uma mineira enquanto o cenário permanecer desfavorável. A capital do Chile fica a cerca de 1h30min (cerca de 150 km) de Viña del Mar, onde a família reside.