A enfermeira Lucy Letby, 33 anos, foi condenada pelo assassinato de sete bebês e tentativa de matar outros seis, enquanto trabalhava no hospital Condessa de Chester, no noroeste da Inglaterra. Os crimes aconteceram entre 2015 e 2016, a denúncia à polícia local foi feita em 2017 e ela foi presa preventivamente em 2018. Segundo a acusação, ela atacava os bebês durante plantões noturnos que fazia na UTI neonatal.
De acordo com o jornal The Guardian, ela injetava insulina e ar em bebês que estavam na UTI. Conforme a promotoria, a mulher também dava, à força, leite em excesso para os recém-nascidos e chegou a agredir fisicamente alguns deles.
Entre as vítimas estão dois irmãos gêmeos, mortos em um intervalo de 24 horas, um bebê que pesava menos de um quilo e uma menina que teria sido alvo de quatro tentativas de assassinato antes de ser morta pela enfermeira.
Durante o julgamento, que se estendeu por 10 meses, Lucy negou os crimes, mas em 2016 ela teria escrito um diário, apreendido pela polícia na casa dela e usado como evidência no caso, em que falava das mortes dos bebês. Em um dos trechos ela escreve: "Não sei se os matei. Talvez eu tenha. Talvez tudo isso seja para mim".
Em outro trecho, ela admitiria o crime: "Eu sou do mau, eu fiz isso".
No julgamento, quando apresentado o diário, a mulher se defendeu:
— Senti que devo ser responsável de alguma forma. Acho que, olhando para trás agora, estava realmente lutando e essa foi uma maneira de expressar o que não era capaz de dizer a mais ninguém.
A sentença de Letby deve ser definida na próxima segunda-feira e a expectativa é de uma pena muito longa, podendo ser até mesmo uma rara condenação à prisão perpétua. Ela seria apenas a terceira mulher em território britânico a receber esta punição.
O The Guardian diz que detetives buscam outras possíveis vítimas analisando mais de 4 mil registros de bebês nascidos nos dois hospitais em que a enfermeira trabalhou entre 2010 e 2016.