A Ikea, grande companhia de móveis da Suécia, anunciou nesta quinta-feira (13) o corte de 10.000 vagas de trabalho na Rússia, depois de encerrar suas atividades no país.
Após interromper suas operações em março, devido à ofensiva russa na Ucrânia, a multinacional demitiu 10.000 dos 12.000 empregados na seção de vendas do país, declarou Jesper Brodin, chefe da Ingka, empresa responsável por supervisionar grande parte das franquias do grupo.
A Inter Ikea, principal holding do grupo com sede na Holanda, informou que durante o ano fiscal de setembro de 2021 a agosto de 2022, aproximadamente 470 lojas e outros pontos de vendas da multinacional faturaram US$ 44,6 bilhões.
O CEO do grupo, Jon Abrahamsson Ring, disse à AFP que foi "um ano difícil", com volume de vendas "que não aumentam". Segundo ele, os valores de lucro devem ser divulgados no próximo mês.
"Tivemos que subir nossos preços, o que nos afetou enormemente", destacou.
O crescimento do volume de negócios também mostrou uma progressão mais fraca, 3,5%, independentemente dos efeitos de variações cambiais.
"Tivemos problemas de disponibilidade, devido à escassez, principalmente para retirar produtos da Ásia (...) Tivemos fortes aumentos das matérias-primas em todos os âmbitos (...) E, claro, a situação na Rússia", detalhou Ring.
Poucos dias após a ofensiva russa na Ucrânia, no final de fevereiro, a Ikea fechou suas 17 lojas e suspendeu seus pedidos na Rússia. A Ikea era uma das principais empregadoras ocidentais neste país antes da guerra, com um total de 15.000 funcionários.
O mercado russo representava, também antes do conflito, entre 4% e 5% das vendas totais do grupo, que conta com 230.000 empregados.
* AFP