O julgamento contra a ex-líder birmanesa Aung San Suu Kyi - que está presa e é julgada desde que seu governo foi derrubado em um golpe de Estado pelo Exército - será transferido para uma prisão, informou nesta terça-feira à AFP uma fonte próxima ao caso.
As audiências, que até agora aconteciam em um prédio municipal na capital Naypyidaw, continuarão "em um novo tribunal construído dentro da prisão" na cidade, disse uma fonte sem dar mais detalhes.
Aung San Suu Kyi está detida em um local secreto desde o golpe de fevereiro de 2021 que encerrou uma década de transição para a democracia em Mianmar.
A ex-líder enfrenta várias acusações e corre o risco de passar várias décadas na prisão. Até agora, acumula penas de 11 anos de detenção.
Vários observadores internacionais denunciaram o processo que dizem ter motivação política para remover do poder Aung San Suu Kyi, filha de um herói da independência e que venceu as eleições de 2015 e 2020.
No final de maio, parentes da ex-líder apresentaram uma queixa contra a junta militar perante um grupo de trabalho da ONU para denunciar seu "sequestro judicial".
O processo contra ela está sendo realizado a portas fechadas, sob a proibição de informar a imprensa e organizações internacionais.
O golpe de Estado mergulhou o país no caos e cerca de 2.000 civis foram mortos pelas forças de segurança e mais de 1.4000 foram detidos, segundo uma contagem de uma ONG local.
* AFP