A repressão por parte das forças de segurança nas manifestações de domingo (19) contra o governo militar no Sudão deixou um morto e 125 feridos, segundo fontes médicas e o ministério da Saúde, respectivamente.
Centenas de milhares de sudaneses exigiram ontem um poder civil e democrático, denunciando o golpe de Estado de 25 de outubro de Abdel Fattah Al Burhan, o general que reforçou recentemente o controle do exército no país.
Segundo um comunicado publicado nesta segunda-feira (20) por um sindicato de médicos pró-democracia, Majzub Mohammed Ahmad, de 28 anos, morreu após ter recebido "tiros no peito durante a repressão selvagem" das manifestações em Cartum.
Em um comunicado divulgado no domingo à noite, o ministério da Saúde informou "123 feridos em Cartum e outros dois em Kasala", no leste do país.
Os protestos de domingo ocorreram três anos após o início da "revolução" no Sudão, que derrubou Omar al Bashir após 30 anos de ditadura.
O processo de transição democrática que veio depois foi interrompido pelo golpe de Estado em outubro e uma repressão que desde então causou 45 mortes e centenas de feridos.
Aqueles que impulsionaram a revolta anti-Bashir querem agora reativar um movimento que foi perdendo força em um contexto de grave crise econômica.
* AFP