O conselho de ministros sudanês aprovou, nesta terça-feira (6), uma lei que revoga o boicote a Israel, há 63 anos em vigor, após ter aceitado normalizar suas relações diplomáticas com o Estado hebreu no final de 2020.
De acordo com um comunicado, "o conselho de ministros aprovou um projeto de lei que derroga a lei sobre o boicote a Israel que data de 1958".
Este texto ainda deve ser aprovado pela mais alta autoridade do país, o Conselho de Soberania, para ter força de lei.
O conselho de ministros também reafirmou a "firme posição do Sudão" a favor da solução de dois Estados com a criação de um Estado palestino junto ao de Israel.
A lei de 1958 proíbe as trocas comerciais com o Estado hebreu, com pessoas de nacionalidade israelense ou com empresas pertencentes aos israelenses.
Qualquer pessoa que violar o boicote pode ser condenada a uma pena de até dez anos de prisão e a uma multa.
Durante décadas, especialmente nos trinta anos do governo autoritário do ex-presidente Omar al-Bashir, expulso do poder em abril de 2019, o Sudão manteve uma linha dura com Israel.
Vários países árabes, entre eles Marrocos, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein, normalizaram suas relações com Israel em 2020, sob a mediação de Washington.
Em uma tentativa de reintegrar o Sudão no cenário internacional, o governo de transição também aceitou normalizar as relações diplomáticas em troca, entre outras coisas, do levantamento das sanções americanas contra Cartum.
* AFP