A população em situação de rua está cada vez mais se refugiando nos vagões do metrô de Nova York, nos Estados Unidos, em meio à crise econômica causada pelo coronavírus, uma questão que, segundo o prefeito Bill de Blasio e o governador Andrew Cuomo, será resolvida.
A redução de mais de 90% do uso do metrô permitiu que houvesse mais espaço nos trens e nas estações, que acabaram por se tornar refúgio para os sem-teto.
Nesta quarta-feira, Cuomo pediu ao MTA, que gerencia o transporte público de Nova York e é uma entidade independente, mas que ainda depende do governo estatal, não do município, para limpar e desinfetar os trens todas as noites.
— Isso precisa acabar. Os trens devem ser limpos e os sem-teto devem receber os serviços adequados — disse ele.
Cuomo ressaltou que exigia da prefeitura um plano para desinfetar os trens todas as noites.
— Qualquer trabalhador essencial que pegar o metrô deve saber que foi desinfetado na noite anterior. Queremos que eles consigam trabalhar. Não queremos que fiquem em casa — disse Cuomo a jornalistas nesta quarta-feira (29).
Deterioração é motivo de briga entre prefeito e governador
Há alguns anos, o MTA foi alvo de uma batalha entre o governador e o prefeito, antigos rivais, que acusam um ao outro por sua deterioração, sujeira e falta de investimento.
No início da semana, o prefeito propôs à entidade responsável pelo transporte público que feche todos os dias 10 estações entre a meia-noite e as 5h, ao final das viagens.
Isso permitiria uma limpeza mais completa, além de facilitar o trabalho da polícia e dos serviços responsáveis por retirar os sem-teto dos vagões e das estações e propor-lhes a ida para abrigos. No entanto, a superlotação levou a uma explosão de casos de covid-19 nesses abrigos.
Nas redes sociais, usuários enfatizaram que a população em situação de rua é forçada a dormir no metrô por falta de opções seguras. O fechamento de cafés e restaurantes de fast food, por exemplo, privou muitas dessas pessoas de acesso ao uso de banheiros, à água e a um lugar para descansar.