O Sudão entregará o ex-presidente Omar Al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que o solicita desde 2009 por acusações de genocídio e crimes de guerra durante o conflito em Darfur, afirmou nesta terça-feira uma autoridade sudanesa.
Preso em Cartum desde sua destituição em abril de 2019, Al-Bashir, de 67 anos, é processado pelo TPI, com sede em Haia, por crimes cometidos em Darfur, durante um conflito mortal que eclodiu em 2003 com insurgentes de minorias étnicas que se consideravam marginalizados.
O TPI processa outras três pessoas pelas mesmas acusações: Ahmed Harun, Abdelrahim Mohamad Husein e Ali Kosheib. "Os acusados pelo Tribunal Penal Internacional devem ir até lá", disse Mohamed al Tayichi, membro do conselho soberano do Sudão.
Esta declaração é feita depois que uma delegação do governo se reuniu com grupos rebeldes na capital do Sudão do Sul, Juba.
A Justiça e a reconciliação em Darfur - onde 300.000 pessoas morreram e milhões de outras foram deslocadas desde o início do conflito, segundo a ONU - foram o foco das negociações, disse Mohamed al Tayichi.
A reunião culminou em um acordo para o estabelecimento de vários mecanismos de pacificação da região, segundo a mesma fonte.
O conflito em Darfur estourou em 2003, quando rebeldes de minorias étnicas pegaram em armas contra o regime de Al-Bashir.
* AFP