A rápida decisão do presente dos Estados Unidos Donald Trump de bombardear a base militar de Al-Shayrat, na Síria, deixou analistas internacionais perplexos e demarcou uma diferença clara em relação a Barack Obama. Diferentemente do governo anterior, o republicano mostrou para o mundo que irá cumprir as ameaças de fazer ataques preventivos a Estados que não respeitem acordos de segurança internacionais.
A análise é do especialista Fabiano Mielniczuk, professor da ESPM e doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio, que indicou ainda ser difícil prever as próximas ações do atual presidente norte-americano.
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Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Mielniczuk relembrou que, em 2013, Obama havia prometido implementar ações militares na Síria após um ataque com armas químicas, mas recuou. Na ocasião, a Rússia acabou negociando com o país a retirada do arsenal químico.
_ Agindo dessa forma tão rápida, Trump demarca uma fronteira clara com o governo anterior, mostra ser um presidente que promete e cumpre _ disse.
Para o especialista, a rápida ação do presidente americano pode ser justificada, entre outras coisas, por problemas que ele enfrenta na política interna.
Ouça a entrevista na íntegra:
Mielniczuk destaca que estão surgindo fortes críticas a Trump tanto de setores do partido republicano quanto de democratas por causa das investigações do FBI que apontam uma estreita relação do seu governo com a Rússia.
De acordo com o professor, a reação do governo russo é que irá pontuar se este foi um ataque pontual ou se haverá intervenção dos EUA com mais frequência na Síria:
_ Agora dependemos de como os russos vão agir, mas já vemos que esse ataque compromete as relações de cooperação entre Rússia e Estados Unidos, como disse Putin em um comunicado _ afirmou.
Mielniczuk afirmou, ainda, que as reações de ambos os países nas próximas horas irão ajudar a definir as consequências desse ataque para o mundo.