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A investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul que denunciou Vitorio Piffero e mais três ex-dirigentes do Inter por supostos desvios de recursos do clube durante os anos de 2015 e 2016 pode abrir para uma série de apurações no futebol brasileiro. Durante o anúncio da denúncia contra os dirigentes colorados, realizada na manhã desta quarta-feira (6), os representantes do MP revelaram que foram procurados por pessoas ligadas a clubes de outros Estados buscando informações sobre como proceder para denunciar casos relacionados a desvios.
— Pela primeira vez, estamos mostrando com profundidade que essa corrupção vista, por exemplo, na política, também ocorre no futebol. Fomos procurados por clubes do centro do país tratando de como formatar nos seus respectivos MPs para que isso se repita em outros Estados — revelou o promotor Flávio Duarte.
O trabalho, porém, para essas investigações não é simples. Em relação à parte que investiga fraudes em contratações de jogadores, o MP teve dificuldade para contar com a colaboração de atletas e agentes nas investigações sobre os dirigentes do Inter.
— O jogador que, hipoteticamente, tenha sido pressionado por algum dirigente a passar parte do salário, ou até mesmo o empresário, ele não fala. Esse jogador vai atuar em outro clube e tem receio de ficar marcado por isso. O empresário também não fala por ter medo de não ser recebido em outros clubes — complementou Duarte.
A investigação do Ministério Público apontou desvios superiores a R$ 13 milhões nos dois anos da gestão Vitorio Piffero. Entre os crimes apontados estão estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Além do ex-presidente colorado Piffero, foram denunciados os ex-vice-presidentes Pedro Affatato (Finanças), Emídio Marques Ferreira (Patrimônio), Carlos Pellegrini (Futebol) e outras 10 pessoas.