Walter José Roberte Borges, de 50 anos, morreu no último sábado (18), após passar quase oito meses internado devido a complicações decorrente de um infarto em Pelotas, enquanto ajudava voluntariamente as vítimas da enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul.
Borges era médico anestesista, natural do município de Linhares e morava com a família em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele deixa a esposa e dois filhos, de 13 e 8 anos.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) confirmou a morte do anestesista:
"O Conselho espera que ele seja sempre lembrado pelo seu exemplo de solidariedade e que isso inspire a todos os colegas sobre a importância do nosso trabalho para a sociedade. Nosso abraço carinhoso aos amigos e familiares", informou o conselho em nota.
Daianny Coimbra Ulhoa, esposa de Walter, disse que o marido foi transferido de Pelotas para o Espírito Santo no final de maio do ano passado, contudo não apresentou melhora durante o tratamento.
— Ele continuava em estado vegetativo. Como o cérebro ficou cerca de oito minutos sem oxigenação, o que é muito tempo, ele só conseguia abrir o olho. Não conseguia interagir. Eu fiquei ao lado dele o tempo todo — comentou.
Ainda segundo Daianny, o médico ficou internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, Grande Vitória até ser transferido para outras unidades hospitalares. Ele veio a óbito em um lar de longa permanência que fica em Vitória.
— Quem conheceu, sabia a pessoa incrível que ele era. Agradeço demais a todos que oraram pela sua recuperação — disse a esposa.
Relembre o caso
Walter José Roberte Borges viajou ao Rio Grande do Sul acompanhado de um grupo de médicos com o objetivo de ajudar a população gaúcha durante a inundação, devido ao aumento da demanda por profissionais da saúde.
Borges sofreu um infarto no dia 20 de maio enquanto realizava um procedimento cirúrgico em Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul.
Durante a realização de uma cirurgia, o profissional saiu da sala. Ao ser encontrado, estava inconsciente e foi imediatamente atendido pela equipe, resultando em sua internação na UTI do hospital.
Em Pelotas, ele fazia plantões de 48 a 72h. Depois que realizava o trabalho no hospital, o anestesista ainda atuava como voluntário ajudando pessoas vítimas da enchente.
A família conseguiu a transferência do médico para o Espírito Santo em 29 de maio de 2024.