Projetada para resolver os problemas recorrentes no abastecimento de água em Bagé, na Campanha, a barragem de Arvorezinha não será concluída em 2026, como previa o último cronograma. Conforme divulgado pelo engenheiro responsável pela obra, Endrigo Silveira, a prorrogação foi aumentada em dois anos, levando o prazo de conclusão para fevereiro de 2028.
Embora houvesse uma estimativa de etapa de conclusão maior, projetada pela gestão anterior, Silveira afirma que apenas 14% dos serviços estão concluídos.
— Os percentuais de 40 até 50% não são reais. A próxima atualização deverá apontar um avanço real de 18 a 19% do empreendimento — explicou o engenheiro. O índice de 50% era divulgado pelo ex-prefeito de Bagé, Divaldo Lara, que renunciou ao cargo em novembro deste ano.
A sequência da obra depende ainda da desapropriação de 184 hectares, sendo que 21 precisam ser liberados com urgência para evitar uma nova paralisação nos serviços. A prefeitura de Bagé ainda precisa solicitar ao Ministério do Desenvolvimento Regional a liberação de R$ 5 milhões para que o Exército possa contratar uma empresa terceirizada.
A ideia é que, após finalizada, a barragem tenha capacidade de armazenar 18 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 18 bilhões de litros, o que deve quadruplicar a capacidade de abastecimento no município.
A obra teve início em 2011, mas embargada dois anos depois. Em 2022, os trabalhos foram retomados após uma visita do então vice-presidente Hamilton Mourão ao local. Os serviços são realizados pelo Exército Brasileiro por meio do 1º Batalhão Ferroviário, de Lages/SC.
As barragens atuais que atendem o município são insuficientes e a população convive há anos com racionamento de água, sobretudo no verão.
Prefeito eleito vai a Brasília
Eleito em outubro, Luiz Fernando Mainardi (PT) está em Brasília para buscar apoio para conclusão das obras. Conforme o político, os recursos para a sequência do serviço estão garantidos.
Mainardi também disse que técnicos vão fazer relatórios para confirmar qual o andamento real da obra. Outra expectativa é viabilizar a licitação de outros pontos da barragem para serem executados por empresas privadas.
— No ritmo atual, acredito que nem para 2028 — disse o futuro chefe do Executivo.