Município da região da Quarta Colônia também afetado pela enchente, Restinga Seca registrava 32 pessoas ainda em abrigo público nesta quinta-feira (9), 11 dias após o temporal. As famílias estão sendo acolhidas no Ginásio Municipal Romano Cantarelli.
A chuva começou a provocar os primeiros danos ainda na noite de segunda-feira da semana passada (29). O momento mais crítico veio na terça-feira, com a enchente invadindo casas principalmente na comunidade de Vila Jacuí, área rural distante 40 quilômetros do centro da cidade. A região fica próxima ao encontro dos rios Jacuí, Vacacaí e Vacacaí Mirim. A precipitação sem trégua também provocou enchentes na área urbana, em comunidades carentes vizinhas ao rio Vacacaí Mirim.
Na noite de terça-feira, se iniciaram os resgates com apoio de helicópteros. Porém, a chuva e o vento que assolava Restinga Seca naquele momento atrapalharam as operações.
O aposentado e socorrista voluntário Athos Monteiro percorreu sete quilômetros do rio Jacuí em um barco na esperança de salvar um casal, que estava com água na cintura. A missão consistia em colocá-los em um cesto para serem içados pelo helicóptero, o que se mostrou impossível devido às condições climáticas.
— Tivemos que voltar todos no barco sete quilômetros acima, no escuro total, sem pontos de referência, apenas com uma luz de lanterna. Foi o momento de maior pavor — descreve o morador de Restinga Seca.
Ao todo, 75 pessoas chegaram a ficar no ginásio municipal. Com a redução dos níveis dos três rios, algumas famílias puderem retornar para as casas. Porém, a previsão do tempo marcando chuva no final de semana adiou novas liberações.
Com 15 mil habitantes, Restinga Seca vive da produção de arroz e soja. Os prejuízos econômicos ainda são contabilizados. O acesso principal, via RS-149, está liberado após a realização de obras pela própria comunidade.