O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP), por meio da promotoria de Torres, no Litoral Norte, ajuizou na tarde desta quinta-feira (4), ação contra os municípios de Torres (RS) e Passo de Torres (SC). As prefeituras não entraram em consenso a respeito dos reparos necessários na ponte Anita Garibaldi.
A estrutura de concreto liga Torres e Passo de Torres, e serve como travessia de veículos entre o RS e SC. Agora, o MP aguarda por uma liminar judicial, que determine qual município deverá executar cada reparo na ponte sobre o Rio Mampituba.
O órgão realizou reuniões com representantes das duas cidades para tratativas a respeito de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que não foi firmado por falta de consenso.
Em outubro de 2023, o MP iniciou uma investigação para apurar as condições estruturais da ponte. Um engenheiro produziu um laudo, apontando que a ponte não recebia manutenção adequada, e que apresentava avançada deterioração nos taludes. No entanto, o laudo não apontou necessidade de interdição da estrutura.
Visualmente, quem transita às margens do Rio Mampituba consegue observar marcas de corrosão nas vigas metálicas, que sustentam a pista. O local também é utilizado para a atividade de pesca.
A ponte utilizada por veículos entre as duas cidades segue operando normalmente. A travessia de concreto é única ligação urbana para pedestres e ciclistas entre ambas cidades desde que a ponte pênsil rompeu em fevereiro de 2023, causando a morte do jovem Brian Grandi, de 20 anos.
Procuradas pela reportagem de GZH, as prefeituras de Torres e Passo de Torres não se manifestaram a respeito da ação até a publicação desta matéria.
Restrição no tráfego
Como parte das medidas preventivas para conservação da ponte, a prefeitura de Passo de Torres concluiu em fevereiro deste ano um projeto que pretende impedir a passagem de veículos que pesem mais de 10 toneladas sobre a ponte Anita Garibaldi.
Conforme a prefeitura de Passo de Torres, a estrutura tem capacidade para suportar 30 toneladas, peso que foi reduzido para 10 toneladas após recomendação técnica do Ministério Público de Torres.
*Produção: Maria Eduarda Stolting