Um avião da Gol teve que fazer um pouso emergencial na manhã deste sábado (2) após uma fumaça branca invadir a cabine de passageiros. De acordo com a companhia aérea, o voo G3 1003 saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Congonhas, em São Paulo, mas retornou ao local de origem logo depois da decolagem.
Além da tripulação, 102 pessoas estavam a bordo. Entre elas, o médico gaúcho Arthur Gomes, 29 anos. Morador do Rio de Janeiro, onde faz residência, ele conta que faria uma conexão em São Paulo para vir para Porto Alegre e que o voo deveria sair do Santos Dumont às 6h05min, mas atrasou um pouco, decolando por volta de 6h20min.
— Com mais ou menos 10 minutos de voo, começamos a sentir um cheiro bem forte de queimado e a ver uma fumaça vindo da metade do avião, depois das asas. As pessoas começaram a dizer que era fogo, mas ninguém sabia o que estava acontecendo, porque ofuscou o campo de visão — afirma.
O médico acredita que permaneceram mais uns 10 minutos no ar e que todos inalaram bastante fumaça. Gomes, contudo, usou seu conhecimento para tentar manter a calma e respirar devagar, com o objetivo de aspirar menos substâncias e evitar um possível desmaio.
Segundo ele, as máscaras de oxigênio não caíram de forma automática e os comissários começaram a abrir o compartimento manualmente. Entretanto, isso não foi feito para todos os passageiros — Gomes, por exemplo, não recebeu o equipamento de segurança:
— Os comissários deram orientação para se abaixar, porque a fumaça sobe. Então, me abaixei e fiquei respirando o ar debaixo. O pessoal que ficou mais nervoso, inalou mais fumaça. Muita gente tossiu. Eles ficaram um tempo sem comunicar nada, daí avisaram que voltaríamos para o Santos Dumont. Uma senhora mais idosa perdeu a consciência quando já estávamos descendo do avião. Quando pousamos no aeroporto, havia Bombeiros e médicos da ambulância para atender as pessoas.
Gomes relata que não houve turbulência durante o voo e que, antes de pousar, a fumaça já havia diminuído. O médico estava sentado sozinho, sem familiares ou amigos, na parte da frente do avião e afirma que sentiu apenas uma tontura e ficou com a garganta seca. Mesmo assim, garante que não precisou de atendimento.
Outro passageiro do voo publicou um vídeo sobre o ocorrido no Instagram, onde é possível ver a fumaça e ouvir pessoas falando sobre as máscaras de oxigênio. O momento do pouso também aparece nas imagens.
Em nota, a Gol informou que a aeronave pousou “sem intercorrências” e que “os 102 passageiros a bordo e a tripulação foram desembarcados em segurança pelas escadas”. Além disso, disse que acompanhou quatro passageiros ao posto médico e que todos já foram liberados.
Conforme a companhia aérea, a fumaça “foi proveniente de vapores de fluido hidráulico que adentraram a cabine pelo sistema de ventilação”. As causas do ocorrido, no entanto, seguem sendo apuradas pelas equipes de manutenção e segurança. Os clientes foram reacomodados em outros voos para seguirem aos seus destinos.
Confira a nota na íntegra:
A GOL informa que o voo G3 1003, que partiu do aeroporto de Santos Dumont (SDU) com destino a Congonhas (CGH), na manhã deste sábado (02/09), precisou retornar ao aeroporto de origem logo após a decolagem, devido à presença de fumaça branca a bordo.
A aeronave pousou sem intercorrências e os 102 passageiros a bordo e a tripulação foram desembarcados em segurança pelas escadas. A Companhia acompanhou quatro passageiros ao posto médico e todos já foram liberados. Os Clientes foram rapidamente reacomodados em outros voos e seguem aos seus destinos.
A fumaça foi proveniente de vapores de fluido hidráulico que adentraram a cabine pelo sistema de ventilação. As equipes de manutenção e segurança seguem na apuração das causas do ocorrido.
A GOL reforça que todos os procedimentos foram realizados com foco total na Segurança, valor número 1 da Companhia.