Não há dia fácil no exercício do jornalismo. Em 2021, a Federação Nacional dos Jornalistas registrou 430 ataques à categoria. Os casos de violência grave cresceram 69% nos primeiros sete meses de 2022, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. A hostilidade cresce também nos tribunais, com o aumento dos processos judiciais. Em grande parte dos casos, os alvos são comunicadores e pequenas empresas jornalísticas com recursos limitados. Foi para custear a defesa de quem não consegue arcar com as despesas de processos tão complexos que a advogada Taís Gasparian, 64 anos, fundou em 2021 o Instituto Tornavoz. Com 30 anos de atuação, ela identifica uma tentativa de censura e intimidação à imprensa em curso hoje. Sua obstinação foi reconhecida com o Prêmio Liberdade de Imprensa 2022 da Associação Nacional de Jornais, a ser entregue nesta quinta-feira (1º/12), em São Paulo. A seguir, Taís comenta esse cerco à imprensa e defende um debate amplo sobre a diferença entre opinião, crime e ofensa à honra.
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Taís Gasparian: "Precisamos discutir a liberdade de expressão. As decisões judiciais são contraditórias"
Advogada que atua na defesa de jornalistas e veículos de imprensa recebe nesta quinta-feira o Prêmio Liberdade de Imprensa 2022 da Associação Nacional de Jornais