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Foram identificadas as vítimas do incêndio ocorrido em uma embarcação encalhada na Praia do Cassino, em Rio Grande, no sul do Estado, na tarde de segunda-feira (5). Carlos Osmar dos Santos, 45 anos, e Carlos Argino Monteiro Junior, 53, eram catarinenses da cidade de Porto Belo e estavam no barco Caetano I, que pegou fogo durante uma operação de remoção de combustível.
O barco está inscrito na Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí (SC). A embarcação pesqueira encalhou na praia na madrugada do último sábado (3), próximo ao ponto conhecido pela presença dos destroços do Navio Altair.
O incêndio teve início na tarde de segunda-feira, por volta de 15h45min, durante a remoção do combustível do barco para evitar possíveis danos ambientais. A suspeita é de que o fogo tenha começado em uma das bombas que eram utilizadas no serviço.
As chamas se espalharam rapidamente, e houve uma pequena explosão. Outras pessoas também estavam na embarcação no momento do fogo, mas conseguiram escapar. As duas vítimas estavam na parte interna do barco e não tiveram tempo de fugir.
— Elas estavam na sala de máquinas. É uma parte separada da embarcação, onde ficam os motores. Essas vítimas entraram em óbito possivelmente pela inalação de fumaça — relata o tenente-coronel Gerson Rodrigues, comandante do 3º Batalhão dos Bombeiros de Rio Grande.
Quando os bombeiros chegaram, as chamas já estavam sendo controladas pelos tripulantes. A remoção dos corpos foi feita por volta de 21h.
A Polícia Civil de Rio Grande investiga o caso. Conforme o delegado Rafael Patella, responsável pela investigação, uma perícia começou a ser feita no barco na tarde desta terça-feira (6) e deve ser concluída na quarta-feira (7). O Instituto-Geral de Perícias (IGP) estima que o laudo seja publicado em 30 dias.
A tripulação ainda não foi ouvida. Segundo Patella, as três pessoas que utilizavam a embarcação com as vítimas devem ser chamadas a depor ainda nesta semana.
— Estamos contando com os depoimentos da tripulação para saber mais detalhes sobre a embarcação. Em relação à razão específica que causou o incêndio, quem vai apontar é a perícia — afirma.
Em nota, a Marinha do Brasil disse lamentar o ocorrido e se solidarizou com a família das vítimas. No texto, a Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul afirma que os motivos pelos quais as vítimas não conseguiram desembarcar a tempo são desconhecidos. A Marinha também informou que vai averiguar as causas do encalhe e do incêndio em um inquérito administrativo, já instaurado e com prazo de cerca de 90 dias para conclusão.