Morreu na sexta-feira (15), aos 97 anos, o general Newton Cruz, ex-chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) de 1977 e 1983, órgão da ditadura militar responsável por monitorar e espionar opositores do regime. Cruz estava internado no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro, e morreu de causas naturais. A informação do óbito foi confirmada neste sábado (16) à reportagem de GZH pelo Comando Militar do Sul. Newton deixa quatro filhos.
Em 2014, Newton Cruz foi apontado pela Comissão da Verdade como um dos 277 militares que cometeram crimes na ditadura militar. Naquele ano, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter participado do atentado a bomba no Riocentro, em 1981. Meses depois, a Justiça Federal concedeu habeas corpus aos seis envolvidos no caso.
Outro crime em que foi apontado o envolvimento do militar foi o da morte do jornalista Alexandre von Baumgarten. Ele foi assassinado em 1982, mas deixou um dossiê em que afirmava estar jurado de morte e acusava diretamente Cruz e o SNI. O caso foi investigado em profundidade a partir de 1985 e, em dezembro de 1987, o juiz do 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro enviou três militares a julgamento pelo sequestro e morte de Baumgarten, entre eles Newton Cruz. Em um júri popular em 1992, os três foram absolvidos.