A forte chuva que atingiu algumas regiões do RS na quarta-feira (27) provocou danos na área de cobertura da RGE, principalmente na rede elétrica de regiões dos vales do Sinos, Taquari e Rio Pardo. Por isso, ainda nesta quinta-feira (28), cerca de 1,4 mil clientes estão sem luz.
Além disso, temporais anteriores ainda deixam clientes sem energia em outras regiões há mais de 48 horas, como no distrito de Morungava, em Gravataí, e em São Valentim, no norte gaúcho.
O serralheiro Eduardo da Rocha, 45 anos, morador da região de Morungava, diz que está sem luz desde terça-feira (26) e que não consegue mais tirar água do poço artesiano porque o motor é elétrico, além de ter comida estragando na geladeira. Mas ele relata outro problema: o atendimento pelo telefone.
— Minha esposa ligou do telefone dela e não conseguimos falar, só uma mensagem que diz sobre o retorno da luz em quatro horas. Mas até hoje (quinta-feira) não voltou. Acontece isso quando o telefone é cadastrado. Por isso, liguei com o meu telefone e com o da minha filha, aí conseguimos falar com a atendente, mesmo assim disseram ontem (quarta-feira) que voltaria hoje, e nada. Isso é um desrespeito — reclama Rocha.
Já no norte do Estado, o professor Agenor Cenzi, 63 anos, morador de São Valentim, diz que está sem luz na localidade onde reside desde sábado (23). Segundo ele, uma árvore de grande porte caiu e atingiu um poste, que foi trocado na segunda-feira (25), mas ainda na manhã desta quinta-feira seguia com a falta de energia.
— São protocolos e mais protocolos, várias ligações e sem retorno, dizendo que precisam de três dias para técnico avaliar e mais três para religar. Eu moro no Centro, distante 70 metros da sede regional da RGE — destaca Cenzi.
A RGE informa que todas as demandas estão sendo atendidas e verificadas, desde falta de energia até a questão do atendimento pelo telefone. Além disso, a concessionária está "totalmente mobilizada no atendimento aos clientes para restabelecer o fornecimento no menor tempo possível".
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, quando ocorre um temporal, por exemplo, a prioridade é atender casos mais perigosos, com risco de energização. Depois, são os casos mais essenciais e em grandes volumes, como grandes áreas atingidas por algum problema em subestação ou hospitais, bombeiros, polícia, trânsito, etc. Por fim, mas não que seja em último caso, já que as situações podem ser atendidas até de forma simultânea, ocorrem os serviços individuais e em menor volume.
A RGE informa ainda que, para esses casos mais pontuais, é importante fornecer o número de inscrição, a chamada Unidade de Cadastro (UC) do cliente. A concessionária alerta para que ninguém tente religar a energia por conta própria, nem tocar em fios partidos ou quaisquer outros equipamentos da rede. Não é possível saber se estão ou não energizados, podendo ocorrer acidente grave, inclusive fatal.
Em relação à CEEE, na quarta-feira a situação já havia sido normalizada após o temporal. A empresa informou que, se algum ponto ainda estiver sem luz nesta quinta-feira, é algum caso pontual causado por outro motivo.