A Petrobras enviou equipes de contingência para render os petroleiros que aderiram à greve de advertência iniciada à 0h desta quarta-feira (30). De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro Norte-Fluminense), Francisco José de Oliveira, a orientação é entregar a produção e as operações para as equipes enviadas pela Petrobras.
— Nossa greve é só de advertência, no dia 12 vamos decidir a greve por tempo indeterminado que deve começar no final do mês — informou o diretor.
Em Canoas, mais de 80% dos trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) não entraram para trabalhar desde a meia-noite desta quarta-feira (30), segundo estimativa do Sindipetro-RS.
Procurada, a Petrobras não soube informar como estava o movimento grevista. Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 14 sindicatos, havia informado que a greve atingiu todas as refinarias do país, somando 32 pontos de paraisação e mais de 10 mil pessoas em 11 Estados.
Decisão judicial
Na noite desta terça-feira (29), a ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), concedeu liminar para impedir o início da greve dos petroleiros, atendendo a um pedido de Advocacia-Geral da União (AGU).
Para a advocacia, a greve, em meio ao quadro de desabastecimento provocado pela paralisação de caminhoneiros, trará prejuízos gravíssimos à sociedade pelo potencial de provocar falta de gás natural, petróleo e seus derivados.
Pela decisão, os sindicatos dos grevistas deverão pagar multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento e também estão impedidos de travar o trânsito de mercadorias e pessoas nas refinarias.
Segundo a assessoria da FUP, a decisão é "chantagista" e tem um "valor absurdo". No entanto, devido à multa, o jurídico da federação deve avaliar a situação nesta quarta-feira (30) e, após, vai ouvir os petroleiros para saber se querem manter a decisão de ficarem parados até sábado (2).