Com a greve do magistério estadual somando mais de 60 dias, quase 2,5 mil alunos gaúchos solicitaram transferência de escola para garantir o término do ano letivo. A possibilidade foi oferecida pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) aos estudantes do Ensino Médio e do 9º ano do Ensino Fundamental.
Conforme o secretário da Educação, Ronald Krummenauer, das 2.575 escolas estaduais, 68 estão sem aulas e quase 600 com atividades parciais.
— São 3,8 mil profissionais paralisados, do total de 70 mil. O que representa apenas 5,5% dos servidores ativos da Educação — afirma.
Já o Cpers/Sindicato defende que a categoria está mobilizada, desde 5 de setembro, e que a adesão é maior do que a noticiada por Krummenauer.
Uma nova assembleia está marcada para sexta-feira (10), a partir das 12h30min, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. A reunião ocorre depois da resposta do governo de José Ivo Sartori sobre a contraproposta entregue pelo Cpers, na terça-feira (7).
No documento, a categoria pede, entre outras coisas, a garantia das férias de 45 dias em janeiro e fevereiro. Em resposta, o Palácio Piratini afirmou que não há possibilidade de oseducadores entrarem em férias enquanto o ano letivo de 2017 não for concluído.
— As férias são um direito, mas esses 45 dias não necessariamente acontecerão nos meses de janeiro e fevereiro, e nem que serão todos um dia após o outro — destaca o secretário estadual.
Para a vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, a mobilização dos professores conquistou vitórias e avanços. Ela cita a retirada do projeto que alteraria as datas para o pagamento do salário dos servidores no texto da Constituição Estadual. Mas a sindicalista frisa que a decisão pelo fim ou não da greve será feita pelas bases do Cpers no interior do Estado.
— São os professores que darão o indicativo para a assembleia desta sexta — reitera.