A concessão do Nobel de Medicina a um trio de pesquisadores norte-americanos, nesta segunda-feira (2), abriu a temporada 2017 da mais ambicionada das premiações, estabelecida em 1901.
Nesta terça-feira, será a vez do anúncio do prêmio de Física, seguido pelo de Química, agendado para quarta-feira. O anúncio ocorre sempre no começo da manhã, pelo horário brasileiro.
Uma grande curiosidade cerca o Nobel de Literatura, que teve divulgação confirmada para a quinta-feira. No ano passado, uma enorme controvérsia seguiu-se à escolha de Bob Dylan, o primeiro músico a ser agraciado. Críticos literários, acadêmicos e escritores dividiram-se sobre a opção.
Para complicar, Dylan reagiu com um silêncio prolongado, interpretado como indiferença e arrogância, e não compareceu à cerimônia de entrega do prêmio. Neste ano, a tendência é que os 18 membros do júri sueco façam uma eleição conservadora e segura, optando por um nome de consenso. Figuram como cotados Don DeLillo (Estados Unidos), António Lobo Antunes (Portugal), Adonis (Líbano/Síria), Claudio Magris (Itália), Margaret Atwood (Canadá), Ismael Kadaré (Albânia), Haruki Murakami (Japão), Ngugi Wa Thiong'o (Quênia) e Michel Houellebecq (França).
– O que aconteceu no ano passado foi realmente particular. Acho que neste ano teremos uma romancista ou um ensaísta, originário da Europa. Exatamente o contrário de Bob Dylan – prevê Björn Wiman, diretor das páginas culturais do jornal sueco Dagens Nyheter.
Na sexta-feira, é a vez de outro dos prêmios mais aguardados e com potencial para gerar polêmicas, o da Paz. Um júri norueguês deverá escolher entre 318 indicados um sucessor ao presidente colombiano Juan Manuel Santos, premiado em 2016 por sua ação de reconciliação com as guerrilhas que ensanguentaram o país sul-americano. Em razão do conflito entre Estados Unidos e Coreia do Norte, especula-se que o prêmio possa ter relação com a questão nuclear.
O diretor do Instituto de Investigação para a Paz de Oslo (PRIO), Henrik Urdal, tende a apoiar que o prêmio seja concedido a dois atores-chave do acordo para não proliferação realizado com o Irã, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif.
– Com a Coreia do Norte em jogo, é muito importante apoiar as iniciativas para proteger-se do desenvolvimento e a proliferação de armas nucleares – ressalta.
Na lista deste ano, também figuram os "Capacetes Brancos" sírios, o médico congolês Denis Mukwege, o blogueiro saudita preso Raef Badaui, e o americano Edward Snowden, que revelou a amplitude da vigilância maciça das agências norte-americanas. Donald Trump não vai ganhar, mas foi sugerido por um compatriota de identidade não revelada, que deseja que sua "ideologia de paz pela força" seja reconhecida.
Depois de uma pausa do fim de semana, o anúncio do premiado em Economia será feito na segunda-feira. Cada prêmio tem uma recompensa de 9 milhões de coroas (940.000 euros), que podem ser compartilhadas com eventuais copremiados. São entregues também uma medalha e um diploma em uma cerimônia em Estocolmo e Oslo em 10 de dezembro.