O furacão Irma avança pela costa dos Estados Unidos e deve atingir o estado da Flórida a partir da noite deste sábado (9). A reportagem conversou com gaúchos que estão na rota da tempestade e os relatos mostram clima de tensão, estradas lotadas e falta de alimentos em supermercados da região de Orlando e Miami.
A jornalista Juliane Rocha, de Porto Alegre, está em Orlando para comemorar o aniversário do filho de nove anos na Disney. Ao programa Gaúcha Hoje, ela relatou que a gerência do hotel na qual a família está hospedada assegurou que não irá faltar mantimentos no local. Mas, como medida de precaução, fez um estoque com pães e frios caso precise ficar mais de dois dias dentro do quarto.
– Água não tem mais desde segunda-feira. E ontem, na parte principalmente dos enlatados, as prateleiras estavam vazias. O furacão já passou dentro do supermercado– disse a jornalista.
Já Marcos Martins, empresário de 34 anos e morador de Novo Hamburgo, viajou a trabalho para a região de Miami, mas, por causa do furacão Irma, decidiu se deslocar para outro estado por medida de segurança.
– Durante o meu deslocamento de Orlando até o Alabama, percebi as pessoas mais nervosas, com seus animais de estimação dentro do carro, pertences pessoais... No sentido oposto, percebi caminhões do Exército, militares, com caminhões-tanque se deslocando até o sul. Agora estou bem, seguro, na cidade de Jackson – contou.
Há quatro anos, Felipe Maldonado Garcia mora e trabalha em Miami, na Flórida. Segundo ele, as construções da região são preparadas para suportar grandes impactos, mas, como as previsões da chegada da tormenta pioraram nos últimos dias, a família decidiu pegar a estrada e se hospedar na casa de amigos em outro estado americano.
– Como temos uma bebê de nove meses, achamos que não valia a pena o risco de ficar em casa sem serviços de água e luz e sem saber por quanto tempo. Encontramos muito trânsito na estrada. No nosso primeiro dia, demoramos nove horas para fazer um trajeto que geralmente é feito em cinco horas – relatou o engenheiro de 38 anos.
Eduardo Farah, natural de Santo Ângelo, mora nos Estados Unidos desde 2009. Esta é a primeira vez que ele, a esposa, Carine Camargo Farah, e os dois filhos enfrentam a chegada de um furacão. O casal está em Miami em uma área onde não há recomendação de evacuação.
– A gente está preparado, a gente fez tudo que tinha que fazer na casa. Colocamos o carro na garagem, preparamos malas individuais no caso de ter que sair de casa. A gente espera, em um cenário final, que o furacão derrube muitas árvores, tire muita coisa do lugar, mas onde a gente mora, como está tudo muito fechado, que não tenha um cenário destruição de casas. Só esperar – afirmou.
Em todos os relatos, os gaúchos afirmam que o governo local e federal oferece todo suporte necessário para orientar a população em caso de desastre provocado pelo furacão Irma. Nas ruas, eles afirmam que as pessoas estão prestativas e há um clima de solidariedade em caso de auxílio para encarar as tempestades.