A paralisação de atividades durante quarta e quinta-feira, anunciada por médicos e trabalhadores ligados da saúde ligados ao Sindicato de Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), foi confirmada após audiência entre representantes da categoria e da entidade patronal na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, na Capital, terminar sem acordo.
Na reunião, o SindiHospa acrescentou à proposta original – de 3,5% de reposição imediata (sem retroatividade) e 1,5% em dezembro – reajuste de 1% em janeiro, totalizando 6%, mas a oferta foi rejeitada pelos trabalhadores. Um novo encontro para tentativa de conciliação foi marcado para o dia 18.
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Os profissionais reivindicam o pagamento integral da inflação acumulada desde a data-base da categoria, de 9,5%. Segundo o Sindicato Médico do Estado (Simers), será mantido o atendimento nas emergências e em setores que cuidam de pacientes em situação crítica, mas, nos demais serviços, o trabalho ficará restrito a 30% da capacidade.
No total, os hospitais vinculados ao sindicato somam 5,4 mil médicos, o equivalente a 41% do total de profissionais da área na Capital. O presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, diz que os hospitais têm sido intransigentes na negociação. Os profissionais ficaram ofendidos com a proposta da inicial da patronal.
– Além de nos tirar o sangue, com jornadas excessivas de trabalho, os hospitais querem nos tirar a metade do que temos direito. Nos dói muito ter de chegar a uma medida extrema dessas, mas só chegamos a isso porque fomos empurrados pelo Sindicato dos Hospitais – queixou-se Argollo.
As principais instituições afetadas pela paralisação devem ser os hospitais de Clínicas, Conceição, Mãe de Deus, São Lucas da PUCRS e Moinhos de Vento. A expectativa do Simers é de que a adesão seja maior no Clínicas e no Conceição.
– Nossa orientação é de que as pessoas que não estiverem em condição grave, não procurem os hospitais. Quem tiver consulta marcada, pedimos que remarque – orienta Argollo.