Brasileira que teve os filhos mortos em Porto Rico tinha medo do marido, diz família

Um dia após a morte de três crianças catarinenses em Ponce, terceira maior cidade de Porto Rico, familiares que moram em Forquilhinha, no Sul do Santa Catarina, ainda tentam assimilar a tragédia. A polícia local aponta que o pai das crianças, Erik R. Seguinot Ramírez, 50 anos, matou as crianças e depois se enforcou, nos fundos da residência onde eles moravam.

Ainda em choque, a avó materna das vítimas, Maria de Lourdes Ize da Rocha, tenta entender o que aconteceu. Na busca por explicações, ela recorda que a filha Marlene Martins da Rocha, 33, chegou a mencionar algumas vezes que tinha medo do companheiro.

– Como eu queria a mãe junto comigo aqui onde eu estou morando, eu tenho muito medo do Erik um dia me matar e matar os filhos, e depois ele se matar, ela me dizia. Uma vez aqui no Brasil ela tirou a corda da mão dele duas vezes, que ele queria se enforcar, mas dessa vez ele pegou sem ela em casa, e foi o que aconteceu – relembra a avó das crianças.

Quem conviveu com Erik enquanto ele morou no Brasil não consegue entender a motivação do crime. Todos descrevem o homem como amoroso e carinhoso com os filhos, apesar de ter alguns problemas no casamento. O pai de Marlene e avô materno das crianças, Tibúrcio da Rocha, disse que os netos viriam para o Brasil no Natal, e que todos estavam ansiosos pela viagem.

– A gente tava contando nos dedos para chegar o Natal. Vô, meu avozinho, estou com saudade, eles diziam pelo computador. Ia ser uma surpresa e agora aconteceu isso ai, desmoronou a gente. Quando eles moraram aqui, não tinha pai mais carinhoso com os filhos do que ele, isso ai que deixa a gente intrigado, ele era capaz de tirar a comida da boca dele para dar para as crianças, adorava eles – lamenta o avô.