Por ter concluído a obra em agosto do ano passado e ainda não ter inaugurado a Unidade de Pronto-Atendimento (Upa), a prefeitura de Alvorada terá que devolver R$ 2 milhões ao Ministério da Saúde. O valor diz respeito ao recurso repassado pelo governo federal para a construção da unidade.
O Ministério da Saúde informou que a partir da terceira parcela paga pelo ministério para a execução da obra, a unidade deveria ter iniciado o funcionamento em 90 dias. A norma faz parte das regras da resolução que regula o funcionamento das Upas. "No caso de Alvorada, o pagamento foi realizado em 10 de setembro de 2015 e a prefeitura notificada duas vezes pelo Ministério da Saúde". Ou seja, pela regra, a Upa deveria ter inaugurado até o dia 10 de dezembro.
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O prazo de devolução do valor ainda está em discussão no Ministério da Saúde. O secretário de Saúde de Alvorada, Paulo Manenti, disse que não foi notificado da multa e que "na pior das hipóteses, devolveríamos o valor em 60 parcelas."
– Fizemos um pedido para que revisassem este prazo (pedindo a abertura da Upa). Fomos quatro vezes a Brasília para falar sobre isso, justificamos o nossa situação – alega Paulo.
Sem dinheiro
Ainda não há previsão de abertura da Upa de Alvorada porque a prefeitura não tem dinheiro para pagar o custo mensal que, segundo o secretário de Saúde de Alvorada, Paulo Manenti, gira em torno de R$ 1,1 milhão. A Upa tem gestão tripartite: com recursos do governo federal, Estado e município.
Para a unidade receber recursos mensais do Ministério da Saúde, deve ser inaugurada e estar funcionando para então ser habilitada de acordo com normas técnicas exigidas pelo ministério. A prefeitura, sozinha, não teria recursos sequer para pagar metade do custo mensal, muito menos para bancar o valor total necessário para inaugurá-la, argumenta o secretário.
PA como alternativa
Como alternativa, o secretário busca autorização do Ministério da Saúde para abrir a unidade como um Pronto-Atendimento que atendesse a população por 12 horas.
– Estamos negociando também com Ministério Público, queremos elaborar uma proposta para para viabilizar isso. Nossa meta é abrir em setembro um Pronto-Atendimento – explica o secretário.
Sobre esta possibilidade, o ministério não se manifestou.
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Entenda
Qual é o problema?
A prefeitura de Alvorada não cumpriu o prazo de inaugurar a Upa 90 dias após receber a última parcela de recursos federais para a construção da estrutura. O último pagamento foi feito em 10 de setembro.
Qual a punição?
Por ter descumprido o prazo, terá que devolver os R$ 2 milhões investidos do Ministério da Saúde na obra.
Até quando?
Por enquanto, não há prazo estipulado.
Por que a Upa ainda não abriu?
Porque a prefeitura não tem dinheiro para bancar o custeio mensal, que gira em torno de R$ 1,1 milhão. Só depois de inaugurada é que a prefeitura pode tentar buscar recursos para o custeio mensal da Upa no Ministério da Saúde e no governo do Estado.
Impasse
Por descumprir prazo, prefeitura de Alvorada terá que devolver recurso ao Ministério da Saúde
Prefeitura de Alvorada terá que devolver dinheiro por não abrir Upa concluída em agosto do ano passado
Jeniffer Gularte
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