O aeroporto regional Hugo Cantergiani, de Caxias do Sul, corre o risco de ser interditado por irregularidades no sistema de abastecimento, constatadas pelo Ministério do Trabalho em inspeção realizada na tarde de quarta-feira (27). A empresa responsável foi notificada nesta quinta-feira (28) e deverá corrigir, de forma imediata, itens como uma tubulação com vazamento de querosene e caixas de distribuição que estão com isolamento por fita isolante após reparos.
Conforme a gerência do ministério em Caxias do Sul, se os problemas voltarem a ser constatados em nova fiscalização, o aeroporto poderá ser interditado. A Prefeitura Municipal, que administra a parte operacional do aeroporto, o Departamento Aeroportuário do Estado e a Agência Nacional de Aviação Civil também foram comunicados pelos auditores fiscais sobre as irregularidades e a possibilidade de interdição.
A empresa responsável pelo sistema de abastecimento, a Competro Comércio e Distribuição de Derivados de Petróleo, também terá de cumprir outras determinações em um período de até 20 dias, entre elas a elaboração de documentação de uma análise de risco das operações, a apresentação de documentos de certificação de equipamentos e a capacitação de funcionários. Segundo o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Vanius Corte, dois dos três trabalhadores da empresa não possuem capacitação específica para a operação.
O gerente da Competro em Caxias do Sul, Ivanilto Pinheiro Soares, afirma que já está providenciando o conserto da tubulação onde houve vazamento de querosene. Segundo ele, no local onde ocorreu o vazamento havia um "tampão", e o gerente afirma que já acionou uma empresa para fazer o reparo. Sobre as fitas isolantes nas caixas de distribuição, o gerente diz que se trata de uma questão simples, e que um eletricista irá fazer a verificação do equipamento e a retirada das fitas.
Soares também informa que está providenciando o curso de capacitação para os funcionários e os demais documentos solicitados. No total, foram seis itens apontados no termo de notificação.
Ao Pioneiro, o superintendente do Hugo Cantergiani, Marcos Arguelles, que acompanhou a inspeção e questiona alguns pontos, como o fato dos funcionários não terem os cursos necessários e o vazamento encontrado, não se trata de uma situação alarmante.
"A empresa trabalha conosco há mais de sete anos, sempre passando por inspeções regulares da Anac. Não vi qualquer vazamento ocorrer durante a inspeção e os funcionários têm os cursos. Mas foi dado um prazo para reparar as irregularidades e acreditamos que ela irá cumprir. Não vejo qualquer possiblidade de interdição do aeroporto", afirma Arguelles.